Sua casa é segura para os pequenos?

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Quem tem criança em casa sabe que, assim que eles saem dos braços e dos berços, o local precisa passar por uma revolução para pode acolher os pequenos de forma adequada.

Para quem vê de fora, tirar objetos de decoração e colocar telas nas janelas e barreiras, para evitar o acesso das crianças a determinados locais, podem parecer exagero, mas não é isso que mostram os números.

Segundo dados do Ministério da Saúde, os acidentes são hoje a principal causa de morte entre crianças de 1 e 14 anos no Brasil, com 13 mortes por dia.

Em 2014, os acidentes causaram a hospitalização de 122 mil crianças, ocasionando 4.500 mortes. As quedas representam a maioria dos casos, seguidas por queimaduras.

“O maior número de eventos traumáticos com crianças pequenas, até o fim da idade escolar [entre 5 e 10 anos de idade], acontece no seu próprio domicílio”, pontua Danilo Blank, secretário do Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

O especialista destaca ainda que, no Brasil, segundo o DATASUS, em 2014, cerca de 6% de todas as hospitalizações de crianças foram por causas externas.

As quedas foram responsáveis por 39% desses casos, um número quatro vezes maior que o das internações por traumatismo de trânsito e por choque elétrico, e dez vezes maior do que queimaduras e intoxicações.

Ou seja, o risco está muito mais perto do que se imagina. Além de uma maior supervisão às crianças, é importante que a casa esteja adaptada. Isso vale também para os locais visitados, como restaurantes e casas de parentes e conhecidos.

“As áreas de maior risco nas casas, em ordem decrescente de frequência em que ocorrem os acidentes são: cozinha, banheiro, escadas e corredores, quarto, sala, elevador, lavanderia, piscina, quintal e garagem/depósito”, exemplifica o especialista

Os riscos e tipos de acidentes também mudam conforme a idade e as habilidades adquiridas pelas crianças. Por isso, muitas vezes um local que não apresentava riscos ontem, pode não ser mais seguro amanhã.

“Determinados tipos de eventos traumáticos são característicos de certas idades. Asfixias e quedas predominam no primeiro ano de vida, seguidas por queimaduras e aspiração de corpo estranho. A partir dos dois anos de idade, as quedas passam a liderar o ranking, seguidas por asfixias, queimaduras, afogamentos, em menores de cinco anos, e atropelamentos. Já as queimaduras e intoxicações são mais prevalentes nos pré-escolares maiores, entre 2 e 4 anos”, destaca Blank.

Estudos apontam que intervenções combinadas, principalmente utilizando itens de segurança, são bastante efetivas para garantirem ambientes mais seguros, como a instalação de protetores de tomadas elétricas, colocar portões em escadas, assim como o armazenamento seguro de medicamentos, produtos de limpezas e objetos cortantes.

É importante frisar que, após certa idade, quando a criança já tem compreensão, os pais podem conversar sobre segurança com seus filhos.

Revisão técnica

  • Prof. Dr. Max Grinberg
  • Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
  • Autor do blog Bioamigo

Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.

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