Meditação atencional: você sabe o que é?

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A meditação é uma prática milenar que consiste em manter a mente no presente. Para isso, há quem recorra em focá-la em um objeto, pensamento ou em uma atividade em particular – a fim de alcançar determinado estado de consciência no qual é possível entrar em contato consigo mesmo, e aprender a lidar melhor com o estresse do dia a dia.

A origem da prática é incerta, mas sabe-se que a meditação se propagou entre vários povos e culturas distintas do Oriente, e ganhou ainda mais popularidade com a expansão das escolas de ioga mundo afora. O desejo por uma vida mais plena, saudável e equilibrada também impulsionou a prática.

A palavra ‘meditação’ tem origem no latim meditare, ou ‘voltar-se para o centro’ o que, na prática, significa desconectar-se do exterior e concentrar a atenção plena no interior.

Para o pesquisador Richard Davidson, existem três tipos de práticas meditativas: as atencionais, que visam desenvolver atenção plena (grupo no qual se encaixam as técnicas de mindfulness); as construtivistas, que buscam gerar afeto positivo (grupo no qual se encaixam as técnicas de visualização, isto é, pensar e sentir o que se quer alcançar); e as desconstrutivistas, que têm como objetivo gerar reflexão (grupo no qual se encaixam os exercícios de autoquestionamento).

A meditação atencional é simples de ser praticada. Diferentemente de outras modalidades, esta não requer mantras ou meditações guiadas: basta um “ponto de apoio” (ou “referência”), chamado de ‘âncora’ – lugar para o qual a atenção é levada. A âncora mais conhecida é a própria respiração, mas também é possível se concentrar em uma das partes do corpo. Este exercício permite que o indivíduo desenvolva a capacidade de observar a si mesmo e ter consciência de seus próprios processos mentais e emocionais desenvolvendo, assim, maior inteligência emocional.

A prática contínua da meditação traz diversos benefícios para saúde. “É valiosa no controle da dor crônica, depressão e ansiedade, bem como no controle da hipertensão arterial”, explica Roque Marcos Savioli, cardiogeriatra do Instituto do Coração HC-FMUSP. De acordo com o especialista, também exerce influência positiva no controle da obesidade e da compulsão alimentar.

Como se não bastasse, praticantes de meditação também se atentam à melhora da qualidade do sono e redução do estresse. De acordo com o Dr. Savioli, a meditação também é um excelente coadjuvante no tratamento de varias doenças crônicas, entre elas as doenças cardiovasculares.

Com tantos benefícios para a saúde, com a ajuda do especialista, o site Coração & Vida selecionou um guia prático e fácil para a realização da meditação atencional de forma correta. Confira:

– Programe o alarme
Saiba por quanto tempo deseja meditar. Se for iniciante, comece com sessões de 3 a 5 minutos. Com o tempo, vá aumentando até chegar a um período de meia hora ou mais, se desejar.

– Sente-se com a coluna reta
Esta é a postura ideal para se concentrar apenas na respiração.

– Incline o queixo para baixo
A prática também ajuda a se concentrar na respiração.

– Programe o alarme
Saiba por quanto tempo deseja meditar. Se for iniciante, comece com sessões de 3 a 5 minutos. Com o tempo, vá aumentando até chegar a um período de meia hora ou mais, se desejar.

– Não se preocupe com as mãos
Deixa-las encostadas no colo, ou soltas ao lado do corpo não irá interferir na prática. Busque conforto.

– Mantenha a boca fechada ao respirar
Inspire e expire sempre pelo nariz.

– Concentre-se na respiração.
Mantenha o pensamento no ato de expandir e contrair os pulmões, de modo com que o ar entre e saia pelas narinas. Concentrar-se no som da respiração também é importante. Se a atenção se desviar, traga-a de volta e continue normalmente.

 

Revisão técnica

  • Prof. Dr. Max Grinberg
  • Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
  • Autor do blog Bioamigo

Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.

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