Fique atento: as varizes podem piorar no verão

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as varizes podem piorar no verão

Varizes são, por definição, veias dilatadas e tortuosas. Esse problema, porém, pode causar desde um desconforto estético até mesmo condições mais sérias, como úlceras na pele. As varizes podem piorar no verão porque as altas temperaturas do verão são capazes de provocar uma vasodilatação e piorar os sintomas de quem já tem varizes.

De acordo com o cirurgião vascular Caio Focassio, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, as varizes surgem por uma incapacidade no sistema venoso. Ele conta que as veias, ao contrário das artérias, levam o sangue de volta para o coração.

“Na perna, há dois sistemas que fazem isso: o sistema venoso superficial, que é responsável por 20% a 30% da drenagem, e o profundo – que está dentro da musculatura – e é responsável por 80%”, explica. O superficial está mais desprotegido. Portanto, se há alguma insuficiência venosa, é ali que aparecem as varizes.

Mas não é de um dia para o outro que as varizes aparecem. A evolução é lenta, segundo Focassio. “Outros fatores como hereditariedade, idade, sexo, hormônios da gestação, reposição hormonal, muito tempo em pé, sedentarismo, obesidade e a própria postura – somos bípedes – são causas para as varizes.”

Apesar de não ser possível fugir do avanço da idade, a herança genética e o fato de ser bípede, a recomendação é evitar somar fatores que possam predispor ao aparecimento das veias tortuosas e dilatadas. Quem tem tendência a ter, por questões familiares, deve ao máximo evitar o sedentarismo e a obesidade, por exemplo.

Normalmente, as varizes começam a aparecer por volta dos 30 ou 40 anos de idade, e são mais frequentes em mulheres por conta dos hormônios femininos.

“As veias têm receptores pró-hormônios. Quando eles agem, deixam a parede venosa mais flácida, o que pode propiciar o surgimento de varizes”, diz o cirurgião vascular.

Focassio destaca que as varizes são classificadas dentro de seis graus, das mais leves às mais severas. Até o grau três, normalmente se vê a presença de vasinhos pequenos ou médios. Depois desse grau, aparecem as varizes, com mais de 5mm.

Conforme o grau vai subindo, é possível ter inchaço na perna e alterações na pele, visíveis em forma de manchas. O último grau é caracterizado por úlcera na perna, por causa do retorno venoso insuficiente.

“Se acumula sangue nas veias, esse sangue extravasa para o espaço intersticial. É como uma tatuagem na pele. A pele fica marrom por estar mal oxigenada. Rompendo a pele, forma-se a úlcera”, explica o especialista.

De acordo com o médico, a insuficiência venosa crônica é a 14ª causa de afastamento laboral.

“No começo, no grau dois ou três, a pessoa já tem uma sensação de peso na perna principalmente no final do dia.” As queixas vão aumentando de acordo com a gravidade.

Há vários tratamentos disponíveis

Como muitas são assintomáticas, muita gente acaba deixando para lá. Quem quer se livrar delas ou tem um desconforto por causa das varizes, encontra ajuda em tratamentos que variam de acordo com os tipos de varizes.

“Não vão sumir sozinhas ou com cremes”, alerta Focassio, por causa da quantidade de promessas de cremes milagrosos.

Laser e radiofrequência – não-invasivos, os tratamentos específicos para varizes com laser ou com radiofrequência são capazes de melhorar a condição. No entanto, a indicação depende do grau do problema. A recomendação sobre qual é o melhor tratamento virá do médico especialista.

Escleroterapia – muito usado para acabar com os vasinhos, o tratamento é realizado através da aplicação de uma substância dentro dos pequenos vasos que, com o tempo, acabam secando e desaparecendo.

Escleroterapia ecoguiada com espuma – com a espuma aplicada dentro das varizes, o tratamento é capaz de secar a veia, levando ao desaparecimento.

Cirurgia – há muitos casos cirúrgicos, mas quem vai decidir por qual caminho seguir é o médico. Consultar um especialista é a maneira mais segura de solucionar o problema.

Revisão técnica

  • Prof. Dr. Max Grinberg
  • Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
  • Autor do blog Bioamigo

Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.