A Federação Internacional de Diabetes estima que há 415 milhões de pessoas com diabetes no mundo, e que, se as tendências persistirem, como um estilo de vida ruim, com maus hábitos alimentares e sedentarismo, esse número deve saltar para 642 milhões em 2040.
No Dia Mundial do Diabetes, celebrado nesta quarta-feira (14), Cláudia Cozer, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que o maior problema no tratamento atualmente é justamente a falta de diagnóstico.
“A doença é assintomática no início, então um terço dos pacientes nem sabem que estão diabéticos. Quando descobrem, muitas vezes já estão com complicações crônicas”, alerta.
A segunda maior dificuldade, de acordo com a especialista, é a aderência ao tratamento, já que o portador de diabetes precisa controlar a glicemia com periodicidade e ter disciplina para melhorar o estilo de vida. “É uma doença insidiosa, pouco sintomática e que vai causando dano vascular e neural gradativamente, sempre que a glicemia estiver em um nível acima do normal”.
Constância no tratamento é fundamental
O tratamento do diabetes exige constância e mudança de hábitos. “80% dos diabéticos estão acima do peso, e, quanto maior o peso, maior é a dificuldade de os remédios agirem”, explica Cláudia. “É preciso também reduzir as porções e a frequência dos carboidratos na dieta, cortar os açúcares finos, usar produtos diet e controlar inclusive a ingestão de frutas”, explica a médica.
Praticar atividade física é de extrema importância, mesmo que seja apenas uma caminhada. E, claro, em muitos casos são necessárias medicações, que sempre devem ser indicadas por um médico, e que dependem do grau de insuficiência do pâncreas e do nível glicêmico no momento do diagnóstico.
Consequências de um diabetes não controlado
Quando a glicemia está mais alta do que deveria, caracterizando o diabetes, os sintomas iniciais são:
- desânimo
- cansaço
- vontade de urinar durante a noite
- muita sede
- infecções ginecológicas, principalmente candidíase
- infecções urinárias de repetição
- perda de peso
- visão embaçada
Com a progressão da doença, há o aparecimento dos seguintes problemas:
- aumento da aterosclerose (enrijecimento das artérias) levando ao risco de infartos
- neuropatia periférica, que é o formigamento nos pés e perda da sensibilidade
- retinopatia diabética (perda de visão)
- insuficiência renal (urina com espuma)
Prevenir, portanto, é a melhor solução. Procurar manter-se dentro do peso ideal, não exagerar em carboidratos refinados, praticar atividade física são bons hábitos para afastar o risco de ter a doença
Revisão técnica
- Prof. Dr. Max Grinberg
- Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
- Autor do blog Bioamigo
Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.