Alimentos integrais para crianças? Só com moderação

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A primeira coisa que devemos saber sobre alimentação infantil é que ela não pode, necessariamente, ser igual à dos adultos. No caso dos alimentos integrais, tão saudáveis para os já crescidos, para as crianças podem causar problema no desenvolvimento, se elas só consumirem cereais integrais. Parece polêmico, mas tem base científica. De acordo com Cylmara Gargalak Aziz, gastropediatra do Hospital Sírio-Libanês, crianças abaixo de 1 ano não devem comer alimentos integrais e, acima de um ano, é preciso moderação. A razão não está nas fibras benéficas, que diminuem até o colesterol do adulto e ajuda no trânsito intestinal, mas sim no antinutriente fitato.

“O integral contém uma substância chamada fitato que dificulta a absorção de alguns nutrientes, como o cálcio e o ferro. Em excesso, vai interferir no crescimento da criança [em média, até os seis anos].”

O ideal, segundo ela, é consumir cereais integrais com moderação e priorizar legumes, frutas, folhas, frango, peixe ou carne.

Se a criança tem uma dieta errada e está com triglicérides elevados – provocados pela farinha branca ou excesso de doce -, é uma exceção.

“Se ela exagera no pão branco ou no biscoito, é preciso regular por um período, associado com atividade física. Mas dar só integrais para uma criança de dois anos, achando que é bacana, é errado.”

Prejudicial também para crianças desnutridas

Para crianças desnutridas, por exemplo, não é indicado alimentos integrais até que o peso normal seja restabelecido.

Karen Martins, nutricionista materno-infantil da Clínica Estima, explica que, nesse caso, o foco é um aporte calórico maior e as fibras dos alimentos integrais atrapalham.

“As fibras trazem uma saciedade maior, então a criança que está desnutrida não vai conseguir consumir a quantidade calórica necessária por dia”, alerta.

Para todas as outras crianças, no entanto, as fibras são bem-vindas, e estão presentes também nos vegetais cheios de vitaminas que devem fazer parte da dieta.

Revisão técnica

  • Prof. Dr. Max Grinberg
  • Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
  • Autor do blog Bioamigo

Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.

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