Kombucha, a bebida do momento

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Conhecida como o “elixir da saúde imortal” pelos chineses e originária do Extremo Oriente (surgindo até mesmo em registros de 2.000 anos atrás), a kombucha é uma bebida que traz, sim, muitos benefícios para a saúde – e que, inclusive, se estendem a diversos órgãos, especialmente o intestino.

Mas como essa bebida tão antiga, que parece ter voltado à moda no ramo da nutrição, faz tamanha diferença para o organismo? A resposta seria o seu processo de fermentação.

A kombucha (que se pronuncia assim mesmo ou também “kombuchá”) é feita a partir dos chás verde ou preto e fermentada – ou seja, é um chá que desenvolve uma colônia de bactérias que fermentam o açúcar adicionado a ele.

O processo de fermentação gera algumas substâncias (dependendo da composição dessas bactérias e do tempo de fermentação) que englobam uma série de ácidos, como lático, acético e glucônico.

São geradas também, no processo, bactérias saudáveis conhecidas como probióticas, que alinham o trato digestivo e apoiam o sistema imunológico, pois absorvem componentes tóxicos para o corpo e ajudam no combate a infecções e doenças.

“Os probióticos são benéficos para saúde intestinal porque auxiliam no equilíbrio da microbiota intestinal, aumentando a proliferação das bactérias benéficas e reduzindo a proliferação de bactérias maléficas, auxiliando, por exemplo, na prevenção de algumas infecções intestinais, urinárias e candidíase”, explica a nutricionista Paula Hertel, de São Paulo.

Uma vez que 80% do sistema imunológico dos seres humanos tem a ver com o intestino e o sistema digestivo é a segunda maior parte do sistema neurológico, é comum os especialistas considerarem essa região como “o segundo cérebro”.

Assim, manter a saúde do intestino é de suma importância para manter a saúde geral. Apostar na kombucha, como fazem os chineses há séculos, parece, então, não ser apenas uma “modinha”, mas uma atitude muito sábia.

Beber kombucha todos os dias pode ajudar o organismo a manter o pico da saúde imunológica. Produzida a partir do chá (preto ou verde, como mencionado, mas não os chás de ervas, que alguns confundem com o verde), ela precisa ter a adição de açúcar para fermentar; e isso pode vir de várias fontes, incluindo açúcar de cana, fruta ou mel.

A kombucha traz alguns benefícios para a saúde intestinal devido à sua atividade probiótica e, na saúde do fígado, abre um processo de detoxificação, auxiliando a eliminação de substâncias nocivas para o organismo.

Existem estudos que ligam o hábito de beber kombucha, ainda, com a redução dos níveis de colesterol, controle da glicemia, além de alguma atividade anti-inflamatória e no combate ao câncer. Mas vale mencionar que a maior parte das pesquisas científicas feitas com kombucha, recentemente, foi realizada com animais.

Ainda que normalmente produzida a partir do chá preto, a kombucha também pode vir dos chás verdes – deixando o sabor parecido, e que muitos acabam chamando e utilizando como um “refrigerante natural” (dadas as bolinhas que se formam com a fermentação).

É importante apenas ficar atento à quantidade de açúcar presente na bebida, além de outras questões. “Uma garrafa pequena por dia é mais do que suficiente”, diz Paula Hertel. “O excesso pode ser prejudicial à saúde já que é uma bebida ácida, podendo gerar alguns desconfortos.”

A nutricionista explica ainda que, hoje, como algumas pessoas vêm se interessando mais pela kombucha e até fabricando o produto em casa, é necessário tomar cuidado com a manipulação.

Em geral, o feitio consiste em ferver água, acrescentar o açúcar até dissolver e depois colocar as folhas de chá. O líquido deve ferver por cerca de 2 minutos e ser deixado em descanso, fora do fogo, por mais 15 minutos. Então deve-se coar com um pano fino ou tule e colocar em um vidro limpo.

Mas essa é apenas a base de chá. Para fazer a kombucha de fato, é preciso ter uma colônia de bactérias probióticas iniciadoras num chamado biofilme – mas isso não se encontra à venda, é preciso encontrar quem já produza a bebida.

Quem consegue esse biofilme com as bactérias, o acrescenta então no chá dentro do vidro e fecha com mais um pedaço de tule e um elástico (para evitar a vinda de insetos, por exemplo), deixando por 10 dias ou mais. Mas existem ainda muitos “pequenos truques” na fabricação caseira – e os cuidados também.

“Temos que lembrar que se trata de uma cultura de bactérias e que é preciso evitar contaminação ao produzir e mesmo ao consumir.”

Para entrar na moda, então, escolha uma kombucha de procedência conhecida ou mesmo registrada por órgãos de saúde na comercialização.

Revisão técnica

  • Por Thassio Borges
  • Prof. Dr. Max Grinberg
  • Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
  • Autor do blog Bioamigo

Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.

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