Doenças provocadas por animais

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Entre os animais de estimação mais populares no Brasil estão o cachorro, com uma população perto de 36 milhões, e o gato, com quase 25 milhões, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

Entretanto, animais de estimação podem transmitir uma série de doenças para as pessoas, alerta a infectologista Cydia Pereira de Souza. O contágio pode se dar não só por mordidas e arranhões, mas também com o contato com saliva, urina, fezes etc.

Para não expor a saúde da família a riscos e manter os bichinhos sempre saudáveis, é importante visitar regularmente o veterinário e mantê-los com as vacinas em dia. Além disso, eles não devem andar soltos na rua.

Outra providência é manter a higiene dos locais onde eles ficam e, em caso de mordidas e arranhões, lavar bem o local ferido e procurar imediatamente um médico. Entre as doenças que podem ser transmitidas estão a raiva e a esporotricose.

Raiva

Entre as doenças que podem atacar cães e gatos e ser transmitidas para as pessoas está a raiva, explica a infectologista. O contágio acontece principalmente pela mordida de animais infectados, mas também por arranhões e lambidas.

A raiva é uma doença infecciosa aguda letal causada por um vírus e ataca somente os mamíferos. Os primeiros sinais na pessoa infectada duram de dois a quatro dias: mal estar, pequeno aumento de temperatura, falta de apetite, dor de cabeça, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.

Com a progressão da doença, vem ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários ou convulsões. Quando a pessoa vê ou tenta ingerir líquido, ocorrem espasmos na faringe, laringe e língua e secreção abundante de saliva.

Os espasmos evoluem para paralisia e ocasionam alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e prisão de ventre. Também acontece dificuldade de engolir, medo de ficar ao ar livre, hipersensibilidade a sons e luz. O óbito acontece geralmente de cinco a sete dias depois do surgimento dos sinais e sintomas.

Caso aconteça um acidente com cão ou gato, lave o ferimento com água e sabão abundantes e procure rapidamente um médico, que indicará o tratamento a ser seguido. Também é fundamental manter o animal em observação por 10 dias para ver se surge algum sintoma.

Esporotricose

É uma micose provocada por um fungo encontrado na natureza, principalmente em terra rica em matéria orgânica. É transmitida por ferimentos com espinhos, contato com terra, arranhões e mordidas de animais infectados. Especialmente gatos, ressalta a infectologista Cydia Pereira de Souza.

A doença atinge normalmente a pele, o tecido subcutâneo e os vasos linfáticos. Em casos mais raros pode também atacar órgãos internos, como pulmão, ossos, articulações etc. O período de incubação da doença pode variar de dias até três meses.

Na forma localizada, a doença se restringe à pele com um pequeno comprometimento linfático. Aparece um nódulo avermelhado com superfície áspera ou ferida, geralmente recoberta por crostas. Também pode ocorrer na mucosa da boca e dos olhos.

A forma cutâneo-linfática é mais frequente. A manifestação inicial é um nódulo, que pode ter a superfície ferida. Depois, se forma um cordão endurecido que segue pelo vaso linfático em direção aos gânglios com outros nódulos ao longo do percurso. Já na forma disseminada, os nódulos se alastram pela pele.

A doença tem tratamento, que deve ser indicado pelo dermatologista. Para prevenir, é importante usar luvas quando mexer no jardim e em animais doentes, que devem ser isolados e o local desinfetado com água sanitária. No caso do animal morrer, o corpo deve ser cremado para não infectar outros animais e pessoas.

Outras referências:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf
http://www0.rio.rj.gov.br/ijv/esporotricose.shtm