Entenda as diferenças entre hipertireoidismo e hipotireoidismo

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A tireóide é uma glândula em formato de borboleta, localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo do pomo de adão. É uma das maiores glândula do corpo humano e também uma das mais importantes; pois produz os hormônios T3 (tiiodotironina) e T4 (tiroxina), responsáveis por regular o metabolismo e manter o funcionamento normal do organismo.
 
Quando a tireóide não está funcionando de maneira adequada, ela pode liberar hormônios em excesso (hipertireoidismo) ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo). Tanto o hipertireoidismo, quanto o hipotireoidismo são doenças crônicas, com um forte componente genético. Uma vez detectadas, devem ser controladas por toda a vida.
 
Qualquer pessoa, independentemente de sexo ou idade, pode apresentar alterações na glândula em algum momento. As mulheres, porém, são as principais vítimas. “De cada cinco, pelo menos duas têm alterações na tireóide¿, explica o endocrinologista João Santos Caio Jr.
 
O que é o hipertireoidismo
O hipertireoidismo (ou tireotoxicose) é uma doença caracterizada pelo aumento na produção dos hormônios da tireóide. É mais difícil de detectar do que o hipotireoidismo; e pode levar a complicações cardíacas como insufuciência, arritmia e taquicardia.

Alguns sintomas clássicos podem indicar a presença da disfunção:

 

  • Taquicardia
  • Perda de apetite, perda de peso importante
  • Nervosismo
  • Ansiedade e inquietação
  • Intolerância ao calor
  • Sudorese aumentada, fadiga e cãibras musculares
  • Evacuações freqüentes, diarréia
  • Irregularidades menstruais
 
Outras alterações também podem apontar para o hipertireoidismo, como fraqueza, febre, sede excessiva, aumento do lacrimejamento, insônia, mudanças na textura e temperatura da pele, queda de cabelo, descamação e rápido crescimento das unhas, náuseas e vômitos, atrofia muscular, tremor nas mãos, hipertensão, dor nos ossos, protusão dos olhos (exoftalmia) e visão dupla. Ainda assim, só o médico pode fazer o diagnóstico, pois muitos destes sintomas são comuns também a outras doenças.
 
Diagnóstico e tratamento do hipertireoidismo

Para confirmar ou não a suspeita de hipertireoidismo, o médico deve prescrever alguns exames específicos para checar a dosagem de hormônios. Esses testes vão medir o TSH – hormônio estimulante da tireóide -, o T3 e o T4 e, em alguns casos, o TSI (substância detectada quando a causa do hipertireoidismo é uma doença auto-imune chamada Doença de Graves).

 
Confirmado o diagnóstico, o hipertireoidismo pode ser tratado com medicamentos antitireoidianos, cirurgia para remoção da glândula ou aplicações de iodo radioativo. Antes do desenvolvimento das opções atuais de tratamento, a taxa de óbitos pela doença era maior do que 50%. Hoje, com o controle adequado, a morte por hipertireoidismo é rara.
 
O que é o hipotireoidismo

O hipotireoidismo representa cerca de 80% dos casos de disfunção na tireóide. Ocorre quando há deficiência na produção dos hormônios tireoidianos, fazendo com que o organismo trabalhe mais lentamente. Além do risco genético, é possível definir outros fatores de risco para a doença: idade superior a 50 anos, obesidade, cirurgia de retirada da tireóide, exposição prolongada a radiação e sexo feminino.

 
“As doenças da tireóide ocorrem em ambos os sexos. No entanto, elas são de cinco a dez vezes mais frequentes nas mulheres do que nos homens. Por isso, a recomendação para que se faça a dosagem do hormônio TSH a partir dos 35 anos é válida especialmente para as mulheres”, explica a endocrinologista Rosita Fontes.

Os principais sintomas do hipotireoidismo são:

 

  • Fraqueza e cansaço
  • Intolerância ao frio
  • Intestino preso
  • Ganho de peso
  • Depressão
  • Dor muscular e nas articulações
  • Unhas finas e quebradiças
  • Enfraquecimento do cabelo
  • Palidez
 
Em sua forma mais branda, o hipotireoidismo pode não apresentar sintomas severos, passando despercebido. Por outro lado, existem outros sinais da doença, que podem aparecer mais tarde. São eles: fala lenta, pele ressecada e mais grossa, inchaço de mãos, pés e face, diminuição de paladar e olfato, rouquidão e menstruação irregular, dentre outros. Só o médico pode fazer o diagnóstico do hipotireoidismo.
 
Diagnóstico e tratamento do hipotireoidismo

Mesmo que não haja sintomas, é importante avaliar periodicamente a função da tireóide, já que o hipotireoidismo pode se desenvolver silenciosamente. Para isso, o médico vai pedir os mesmos exames usados para detectar o hipertireoidismo: TSH, T3 e T4. A diferença é que, quando estão alterados, cada um destes testes vai apresentar resultados opostos para cada uma das doenças.

 
Para o hipotireoidismo, o TSH estará elevado (no hipertireoidismo, as taxas deste hormônio encontram-se diminuídas). Já o exame de T3 e T4 deverá mostrar concentrações baixas das duas substâncias para o hipotireoidismo, e altas para o hipertireoidismo. Em casos brandos de hipotireoidismo, porém, quase não há alterações nestes valores.
 
Um dos problemas que o hipotireoidismo acarreta, e um de seus sintomas mais clássicos. é o aumento de peso. Sua complicação mais grave é o mixedema, um inchaço excessivo em todo o corpo que pode levar ao coma. Felizmente, trata-se de uma consequência rara da doença. Doenças cardíacas, infecções, infertilidade e abortamento, também podem ocorrer.
 
O tratamento do hipotireoidismo visa repor a deficiência de hormônio da tireóide. Geralmente, ele é feito por meio de medicação e deve ser continuado pelo resto da vida, mesmo se os sintomas desaparecerem.
 
Saiba Mais
 
Associação Latinoamericana de Tireóide: https://www.lats.org/index.asp
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia: http://www.tireoide.org.br/