O ginecologista José Bento explica que o principal problema que este desequilíbrio hormonal provoca está relacionado com a ovulação. Normalmente, o folículo atinge um estágio em que arrebenta e expele o óvulo. No entanto, na síndrome a mulher não ovula porque lhe faltam condições endócrinas para tanto.
Então, como mais ou menos dez folículos se desenvolvem todos os meses, vão se formando pequenos cistos em todo o ovário, que aumenta de tamanho causando dor. A síndrome começa na puberdade e vai até a menopausa. Alguns casos tornam-se assintomáticos com o tratamento, mas é uma doença crônica.
Cerca de metade das mulheres que manifestam a síndrome têm produção exagerada de insulina. As restantes apresentam um problema no hipotálamo, na hipófise, nos ovários ou nas suprarrenais e produzem mais hormônios masculinos do que o normal.
A insulina encontra uma célula receptora que não responde bem e não consegue acumular glicose. Daí o nível da glicose sobe no sangue e o pâncreas é estimulado para produzir mais insulina.
Esse defeito no receptor de insulina é de origem genética e sua manifestação, às vezes, está associada à obesidade, que piora as condições para a ação da insulina. A paciente começa, então, a ter perturbações menstruais e aumento dos pelos, mas esses sintomas tendem a regredir com o emagrecimento.
Sintomas da síndrome do ovário policístico
O sintoma mais comum é a alteração do ciclo menstrual. O fluxo fica menor e a menstruação, mais escassa. É comum mulheres com ovários policísticos terem apenas dois, três ou quatro episódios menstruais por ano. Outro sintoma é o aumento de pelos no rosto, nos seios e na região mediana do abdômen. A obesidade também é um sintoma frequente, bem como a acne.
Quando o andrógeno atua sobre o sistema pilossebáceo, aumenta a produção de pelos e de material oleoso pelas glândulas sebáceas, o que facilita a instalação das infecções características da acne. Por isso, é importante que a causa da acne em adolescentes seja pesquisada, alerta o especialista.
Diagnóstico da síndrome do ovário policístico
O diagnóstico da doença ficou muito facilitado com o emprego do ultrassom. Os ovários policísticos são visualizados por meio do exame de ultrassom ou no de toque realizado no exame ginecológico de rotina.
Às vezes, diz o ginecologista, basta examinar a paciente para localizar os dois ovários aumentados. O ovário policístico chega a ter o dobro do volume. Além disso, fica coberto por uma capa branca semelhante à albugínea que envolve o testículo e os cistos formam uma saliência na superfície.
Tratamento da síndrome do ovário policístico
Exercícios físicos e alimentação balanceada são importantes no tratamento da síndrome dos ovários policísticos, principalmente quando ela está ligada ao excesso de peso e à síndrome metabólica. Às vezes, só a perda de peso provoca a reversão do quadro, porque a obesidade gera resistência à insulina e essa resistência produz o aumento de andrógenos, os hormônios masculinos.
Se ela não for obesa, torna-se necessário diminuir a produção dos hormônios masculinos e uma das maneiras mais simples de fazê-lo é por meio da pílula anticoncepcional, pois ela deprime a função ovariana e, portanto, diminui a produção de hormônio masculino.
Já as mulheres que estão tentando engravidar, o médico pode indicar um remédio para estimular a ovulação. Mulheres com resistência à insulina podem fazer uso de medicamento para corrigir distúrbios metabólicos envolvidos. De qualquer maneira, é importante ter sempre acompanhamento médico, pois é uma doença crônica.
Outras referências:
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/sindrome-do-ovario-policistico
http://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-sindrome-dos-ovarios-policisticos/
http://www.gineco.com.br/saude-feminina/doencas-femininas/ovarios-policisticos/