Dormir bem

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A vida moderna faz com que as pessoas diminuam cada vez mais o número de horas de sono diário, arrumando motivos e pretextos para ficar acordadas por mais tempo. Muitos profissionais não tem horários definidos de trabalho, outros acabam trocando algumas horas do sagrado descanso por outras atividades, como assistir TV ou filmes, navegar na internet, ler ou estudar.

 

É claro que cada pessoa tem uma necessidade diferente de sono para acordar bem no dia seguinte. Em média são de 7 a 8 horas por noite, mas a maioria dorme menos tempo do que o necessário para o bem-estar. O débito de sono só tende a se acumular e, aos poucos, influenciar no funcionamento do organismo.

 

Por enquanto, nenhum estudo conseguiu comprovar o quanto o corpo precisa para recuperar o sono perdido e se isso realmente é possível. O ideal mesmo é não abrir mão de dormir e tentar algumas mudanças no estilo de vida, o que vai refletir na melhora da saúde com um todo.

 

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Privação de sono não é insônia

O número ideal de horas de sono é diferente para cada um

Dormir pouco interfere, principalmente, no humor e na atenção

Dicas para dormir mais e melhor

 

Privação de sono não é insônia

A privação de sono espontânea é quando a pessoa estende o período de vigília (ficar acordado), diferente dos insones, que são aqueles que querem dormir e não conseguem. “Um enfermeira que trabalha à noite, por exemplo, não tem o sono que gostaria. E, por mais que ela durma durante o dia, nunca será o mesmo sono noturno”, explica Monica Andersen, biomédica especialista em sono, do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

 

Praticamente toda a humanidade – em igual peso homens e mulheres – é privada de sono. Primeiro, por conta da jornada de trabalho e também devido a outras atividades necessárias (cuidados com a casa, filhos, relacionamento, estudos, vida social) que, na maioria das vezes, são mesmo um impedimento de ir para a cama mais cedo.

 

O número ideal de horas de sono é diferente para cada um

Algumas pessoas se sentem muito bem ao acordar após dormir por 6 horas, outras precisam de 10 horas para ter um equilíbrio no restante do dia. “Tudo depende de como você acorda de manhã. Se desperta feliz, abrindo a janela, significa que dormiu a quantidade que precisava. Já se acorda com sensação de cansaço, é um indicativo de que precisa dormir mais”, diz a biomédica especialista em sono, Monica Andersen.

 

“Quanto mais privada a pessoa for de sono, maior será o impacto ao longo da vida, mesmo que seja uma diferença de apenas 1 hora. Crianças, adolescentes e jovens (até uns 20 anos) têm uma necessidade maior de sono, que é por volta de 9 horas diárias. Mas, por conta das atividades sociais, dos estudos e do estilo de vida, dormem menos”, diz a coordenadora do Departamento de Sono da Academia Brasileira de Neurologia, Rosa Hasan.

 

Um bom teste para saber a quantidade necessária de sono é durante as férias, conforme orienta Rosa. “Geralmente são dias mais livres e é possível observar o quanto a pessoa precisou dormir para acordar bem”, orienta. No dia a dia, nem sempre dá para contabilizar, pois quem dorme pouco à noite não necessariamente sente sonolência diurna. 

 

Já com as crianças, é obrigação dos pais ensinar a dormir, mantendo uma disciplina de horários, com um ritual (dar banho, colocar na cama, apagar a luz e oferecer brinquedos que confortem, como as pelúcias). Pequenos com privação de sono também ficam irritados, agressivos, têm dificuldade de atenção e memória.

 

Dormir pouco interfere, principalmente, no humor e na atenção

Alterações de humor, fadiga, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração e de se manter atento, prejuízos na memória e no aprendizado e erros de omissão (não intencionais), são os principais estragos da privação do sono.

 

“Dormir pouco também acelera o processo de envelhecimento, interfere na imunidade do organismo e no estado emocional, já que os sintomas são muito parecidos com os de uma depressão. Também afeta a produção de radicais livres, favorecendo quadros inflamatórios”, esclarece Rosa Hasen, da Academia Brasileira de Neurologia.

 

Monica Andersen, do Departamento de Psicobiologia da Unifesp, revela que a privação de sono pode causar, também:

  • Estados pré-diabéticos;
  • Problemas vasculares;
  • Mudanças hormonais;
  • Alterações na sexualidade e na reprodução;
  • Aumento de peso, pois interfere no metabolismo.

 

Dicas para dormir mais e melhor

As especialistas dão dicas para quem quer tentar dormir mais e melhor:

  • Só ir para cama quando estiver com sono;
  • O ideal é ficar na penumbra, no ambiente mais escuro, para o organismo liberar melatonina (que ajuda a regular o ciclo do sono);
  • Tentar ficar longe de monitores de computadores;
  • Procurar reduzir atividade cerebral sem ficar pensando em problemas;
  • Tentar relaxar com leitura ou música;
  • Manter o que é chamado de “higiene” do sono: não ingerir refeições pesadas à noite e não praticar atividade física próximo do horário de dormir (devem ser feitas até 6 horas antes, pelo menos), pois a produção de adrenalina desperta e aumenta temperatura corporal. Só começamos a dormir quado ela cai;
  • Tomar banho morno e procurar relaxar nesse momento;
  • Evitar o consumo de cafeína (café, chá preto, refrigerantes à base de cola e outras substâncias estimulantes);
  • Se a TV ajuda no sono, pode até deixá-la ligada (programando-a para que desligue em alguns minutos). Agora, se ele desperta, é melhor evitar.