A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem ataques repetidos de medo intenso de que algo ruim aconteça de forma inesperada. A causa é desconhecida. Apesar de a genética poder ser um fator determinante, a síndrome do pânico em geral ocorre sem que haja nenhum histórico familiar.
Outra possibilidade é que os portadores podem ter uma disfunção neurológica do sistema de alerta, que normalmente é acionado por alguma situação que causa medo. O portador da síndrome pode ter uma disfunção nesse sistema, que desencadearia uma crise sem uma causa determinante.
Segundo o psiquiatra Márcio Bernik, o transtorno de pânico é uma doença que se manifesta especialmente em jovens e duas a quatro vezes mais frequente em mulheres do que os homens. A maioria dos pacientes tem a primeira crise entre 15 e 20 anos desencadeada sem motivo aparente.
A frequência maior no sexo feminino pode ser atribuída à sensibilização das estruturas cerebrais pela flutuação hormonal, pois a incidência de pânico aumenta no período fértil da vida. Mas a doença também pode ocorrer com evolução e sintomas idênticos nos homens.
Sintomas da síndrome do pânico
A síndrome é caracterizada pela sucessão repentina de crises de pânico. A sensação trazida por esses episódios faz com que a pessoa altere sua rotina com medo de que o processo se repita, o que a impede de ter uma vida normal. Há casos em que a pessoa não sai mais de casa ou não o faz sozinha.
O ataque de pânico começa de repente e, na maioria das vezes, atinge seu auge dentro de 10 a 20 minutos. Alguns sintomas podem continuar por uma hora ou mais e um ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco.
O especialista explica que depois da primeira crise, geralmente ocorrem outras duas a quatro por semana, que vêm e passam. A partir disso, em um período que pode se estender de um até cinco anos, uma série de consequências começa a se manifestar.
A pessoa que era tranquila torna-se tensa e se antes possuía uma personalidade relaxada e autoconfiante, fica insegura e leva uma vida mais restrita por causa do medo de sair. No longo prazo, 60% dos pacientes com pânico apresentam depressão e 12% tentam suicídio.
Durante a crise, pelo menos quatro dos seguintes sintomas se manifestam: palpitação, taquicardia, suor excessivo, tremor, náusea, tontura, sensação de não conseguir respirar, medo de perder o controle, medo de morrer, sensação de estar fora da realidade, náuseas ou mal-estar estomacal, dormência ou formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto, tremores.
Diagnóstico e tratamento
De acordo com o psiquiatra, o pânico pode indicar um problema próprio do transtorno de pânico ou ser a manifestação secundária do uso exagerado de medicamentos que podem provocar crises de pânico em pessoas propensas, como os corticoides e a maioria das anfetaminas.
Também é preciso pesquisar o uso de psicoestimulantes, como a cocaína e o ecstasy. Além disso, é fundamental verificar se o quadro de pânico é secundário a outras patologias, como o hipertireoidismo, que pode provocar sintomas muito parecidos.
Quando essas possibilidades forem afastadas, é relativamente simples firmar o diagnóstico clínico do transtorno de pânico. Os sintomas são muito claros. Deve-se, ainda, tentar fazer uma análise funcional para estabelecer as limitações que a doença acarretou para estimular uma melhora na qualidade de vida do paciente, explica.
O objetivo do tratamento é ajudar a pessoa a agir normalmente na vida cotidiana. Uma combinação entre medicamentos e terapia comportamental, que ajuda a entender os comportamentos assumidos em decorrência da síndrome e o que fazer para mudá-los, é o mais indicado.
Ações simples também podem ajudar a reduzir o número e a gravidade dos ataques de pânico, como fazer exercícios regulares, dormir o suficiente, fazer refeições regulares, reduzir ou evitar a cafeína, alguns remédios para gripe e estimulantes.
Outras referências:
http://www.nimh.nih.gov/health/topics/panic-disorder/index.shtml
http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/sindrome-do-panico.aspx