Transtorno bipolar do humor

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Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o Transtorno bipolar de humor é a sexta causa de incapacidade no mundo e a terceira entre as doenças mentais, após a depressão e a esquizofrenia.

Considerando-se todas as formas de transtorno bipolar, frequência é estimada em sete em cada 100 indivíduos de acordo com o psiquiatra João Luciano Quevedo. No Brasil, estima-se que cinco milhões de brasileiros sofram de transtorno bipolar.

A doença é um transtorno psiquiátrico do humor e se caracteriza por estados de mania e de depressão que se alternam, onde as avaliações da pessoa afetada passam a ser hiperdimensionadas.

Isso causa um impacto muito grande. Como, por exemplo, na vida econômica daqueles que sofrem do transtorno e até de seus familiares. Muitas empresas quebram em função da bipolaridade do dono. Tanto devido a planos pessimistas quanto a planos exageradamente otimistas.

Mas os danos não são só materiais, há um custo emocional muito grande também para quem convive com uma pessoa com o Transtorno Bipolar de Humor, pois as pessoas afetadas superdimensionam as coisas, mitigam ou dramatizam os fatos. Nada é problema ou tudo é problema.

A causa do transtorno, segundo o doutor Quevedo, é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitam seu surgimento, como traumas ou acontecimentos fortes (separação, morte de ente querido etc.). Em aproximadamente 80 a 90% dos casos, os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar.

O especialista alerta que o transtorno manifesta-se geralmente entre a adolescência e o início da vida adulta, mas pode aparecer na infância. Raramente começa acima dos 50 anos e, quando acontece, é importante pesquisar outras causas. Mulheres e homens têm a mesma chance de desenvolver o TBH.

Diagnóstico

De acordo com o doutor Quevedo, o diagnóstico diferencial deve ser feito com base na história pessoal (na doença bipolar, os quadros são agudos e seguidos por períodos de depressão ou de remissão) e familiar (com certa frequência, podem ser identificados quadros de mania e depressão nas famílias).

Somente um especialista pode diagnosticar o transtorno. Os sintomas não são como os de uma reação normal à dor de uma perda, por exemplo. Mas muitas vezes ele não é reconhecido como doença e as pessoas podem portar a condição por anos antes do diagnóstico correto e do tratamento.

Sintomas

É aceita a divisão do Transtorno Afetivo Bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II. Sendo que o tipo I é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os depressivos.

Os sintomas variam dependendo do humor: a mania (euforia) é caracterizada pelo humor para cima, exaltação, alegria exagerada e duradoura, agitação, insônia, diminuição da necessidade de sono etc.

Já a depressão é caracterizada por humor depressivo ou perda de interesse ou prazer, tristeza, vazio, irritabilidade, fadiga ou perda de energia, sentimento de falta de esperança ou de culpa excessivo, pensamentos de morte ou suicídio etc.

A pessoa pode apresentar uma ciclagem rápida durante um mesmo dia, alternando os estados de euforia e depressão. Ou os períodos pode durar meses se não forem tratados.

Tratamento

O lítio é a medicação de primeira escolha – diz o doutor João Luciano Quevedo, mas não é necessariamente a melhor para todos os casos. Segundo ele, nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os antipsicóticos.

O especialista explica também que quando há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de antipsicóticos. Nas depressões resistentes pode-se usar ainda, mas com muita cautela, os antidepressivos – conclui.

Referências:
http://www.abtb.org.br/index.php
http://www.mayoclinic.com/health/bipolar-disorder/DS00356