Desvende os 10 principais mitos sobre o câncer de mama

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Desconhecimento da população atrapalha a prevenção e o tratamento da doença

O mês de outubro marca um período de mobilização internacional chamado Outubro Rosa, campanha com objetivo de informar a população sobre a prevenção do câncer de mama, variação que mais mata mulheres no Brasil, apesar de também afetar os homens, ainda que em menor proporção (1 homem a cada 100 mulheres).

O grande número de casos, no entanto, acabou dando origem a muitos mitos sobre a doença. Para esclarecê-los de uma vez por todas, conversamos com os especialistas que mais entendem do assunto. Desvende um por um e aprenda como se prevenir corretamente ou melhorar a adesão ao tratamento.

MITO 1: o câncer de mama sempre aparece como um caroço

Existem duas formas principais de aparecimento do câncer de mama. “A primeira delas é o nódulo ou caroço, como é popularmente conhecido”, afirma o mastologista Eduardo Millen, diretor da Sociedade Brasileira de Mastologia. A outra forma mais comum é a microcalcificação. “Neste caso, apenas a mamografia consegue fazer o diagnóstico precoce, quando ele tem, no mínimo, 1 milímetro”, aponta. Em torno de 1,5 e 2 centímetros, essa calcificação já consegue ser identificada pelo exame clínico feito por um bom mastologista. Há casos menos comuns ainda em que ocorre uma secreção sanguinolenta pelo mamilo de forma espontânea ou descamação da auréola e do mamilo.

MITO 2: todo caroço na mama é um câncer

Nem todo caroço na mama é um câncer. “Na verdade, a maioria dos nódulos que surgem são benignos”, afirma o mastologista Silvio Bromberg, do Hospital Albert Einstein. Geralmente, eles são fibroadenomas ou proliferações das células da glândula mamária. Existem ainda os falsos nódulos ou cistos. Neste caso, o potencial de malignidade é nulo, já que o caroço não é nem mesmo sólido.

De qualquer maneira, qualquer paciente que identificar um caroço no seio deve procurar um mastologista, independente da idade. Mesmo um nódulo benigno pode exigir acompanhamento médico para que não cresça ou se torne maligno.

MITO 3: antitranspirantes e desodorantes favorecem o aparecimento do câncer de mama

“Não há qualquer relação entre o uso de antitranspirantes ou desodorantes e o câncer de mama”, afirma a mastologista Maria do Socorro Maciel, diretora de mastologia do Hospital A. C. Camargo. Nenhum estudo comprovou que o uso, seja de produtos roll on, spray ou aerosol, favoreça o desenvolvimento da doença.

MITO 4: apenas mulheres com histórico de câncer de mama na família podem ter a doença

“Qualquer pessoa em qualquer idade pode desenvolver um câncer de mama, independente do sexo, da cor ou do histórico familiar”, afirma o mastologista Eduardo. Ele aponta, entretanto, que alguns pacientes apresentam um risco maior de ter a doença do que outras. Elas se enquadram nos chamados ‘grupos de risco’.

O primeiro grupo de risco é o daqueles que têm dois ou mais parentes que tiveram câncer de mama ou de ovário antes da menopausa, no caso das mulheres. O segundo se refere aos grupos que apresentaram mutações genéticas diretamente ligados ao câncer de mama. O terceiro grupo inclui pacientes que receberam tratamento contra o câncer com radioterapia no tórax antes dos 25 anos. “Depois dessa idade, o DNA não sofre mutações que podem favorecer o câncer de mama”, diz o especialista.

Quem pertence a um desses grupos deve começar a fazer exames de mamografia a partir dos 25 anos, aproximadamente. As demais pessoas devem começar a prevenção com a mamografia a partir dos 40 ou 50 anos.

MITO 5: a biópsia do câncer de mama pode causar uma metástase

“A metástase pode acontecer quando o câncer apresenta células capazes de se deslocar e implantar em outras partes do corpo, o que independe da realização ou não de uma biópsia”, afirma a mastologista Maria do Socorro.

MITO 6: sutiã apertado pode causar câncer de mama

Com ou sem aro, com ou sem bojo, com alças largas ou finas, não importa. “O sutiãnão favorece o desenvolvimento do câncer de mama”, afirma o mastologista Eduardo. Nenhum estudo foi capaz de provar ação de causa e efeito.

MITO 7: autoexame dispensa a mamografia

O autoexame das mamas caiu por terra. “Nenhum estudo conseguiu provar que ele diminui a mortalidade por câncer de mama”, afirma o especialista Silvio. Por isso, nada dispensa consultas com mastologistas ou exames de mamografia. De qualquer forma, o toque durante o banho ou em outro momento mais calmo ajuda a identificar lesões ou nódulos. Quando isso acontece, a primeira medida é procurar um médico para uma avaliação mais detalhada.

MITO 8: mulheres com seios pequenos não têm câncer de mama

“A chance de uma mulher desenvolver câncer de mama não está relacionada ao tamanho dos seios”, afirma o mastologista Eduardo. Verdadeiros fatores de risco são a obesidade, a hereditariedade e o cultivo de maus hábitos, como fumar.

MITO 9: próteses de silicone favorecem o desenvolvimento do câncer de mama

“Próteses de silicone não aumentam o risco de desenvolver o câncer de mama”, diz o especialista Silvio. Antes de fazer o implante, entretanto, recomenda-se realizar uma consulta com um mastologista para ter certeza de que não há qualquer nódulo nas mamas.

MITO 10: próteses de silicone atrapalham o diagnóstico do câncer de mama, piorando o tratamento

Em maio de 2013, o periódico científico British Medical Journal publicou um estudo realizado na Universidade Laval, no Canadá, que sugere que a colocação de próteses de silicone dificulta o diagnóstico precoce do câncer de mama. Os pesquisadores apontam que os implantes podem dificultar a visualização do tecido mamário através de exames de imagem, como a mamografia e a ultrassonografia.

No entanto, não há consenso científico quanto às limitações dos exames de imagem em pacientes que possuem próteses de silicone nas mamas. É preciso que mais estudos sejam realizados para que haja uma resolução definitiva. Por hora, é recomendado apenas que pacientes com alto risco para o desenvolvimento do câncer de mama como as que têm casos próximos da doença na família evitem a colocação das próteses.

Fonte: site Minha vida

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