Durante anos, os medicamentos contra o câncer de mama foram desenvolvidos para matar células cancerosas sem matar muitas células saudáveis. Agora, os oncologistas avisam: drogas mais modernas adicionaram novas abordagens – entre elas, medicamentos que combatem o câncer mas mantêm o sistema de defesa natural do corpo preservado.
Sim, a cura do câncer ainda está em processo de pesquisa, mas as notícias dos últimos anos já podem ser consideradas boas.
Embora comumente agrupados como quimioterapia, os medicamentos tradicionais contra o câncer são apenas uma área de oncologia médica usada hoje. Os tratamentos, coletivamente referidos como terapia sistêmica, também incluem terapia hormonal e terapia direcionada.
As duas modalidades usam agentes bloqueadores de hormônios, como estrogênio ou progesterona, impedindo o crescimento de alguns tipos de câncer; ou utilizam o próprio sistema imunológico do paciente para procurar e destruir certas células de câncer de mama.
“Nos últimos anos apareceram alguns medicamentos para terapia-alvo que agem junto com a quimioterapia”, explica Alfredo Barros, coordenador do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
O mais conhecido deles é o trastuzumabe – e agora, mais recentemente, os médicos podem usar ainda o pertuzumabe (ambos em fase de aprovação também pelo SUS, o Sistema Único de Saúde).
“Com eles, a terapia-alvo é dirigida somente para as células cancerosas, o que significa que estamos em uma etapa de tratamento em que as células sadias são preservadas”, diz Barros.
Segundo o especialista, cada vez mais as cirurgias estão menos extensas, um ganho para os pacientes.
“Indica-se muito uma cirurgia onde a parte central da mama é retirada, mas não a papila e aréola. Então, introduzimos o silicone para reconstrução da mama”, afirma o especialista.
Essa cirurgia, chamada adenectomia mamaria, vem obtendo resultados estéticos cada vez melhores, fazendo com que a mulher tenha menor impacto emocional com o tratamento do câncer.
Atualmente, o tratamento de câncer de mama é bem semelhante em todo o mundo. Quando surge alguma inovação em termos de medicamentos mais eficazes, o próprio laboratório fabricante tem interesse em difundir o medicamento. A demora para a chegada de novos procedimentos, assim, está bem menor nos dias de hoje.
Os Estados Unidos estão mais avançados na questão das pesquisas sobre o câncer de mama há muitos anos.
Mas no Brasil o tratamento também está alinhado com as melhores terapias desenvolvidas – o Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, trabalha em parceria com o Memorial Sloan Kettering Cancer Center, uma referência em Nova York.A parceria permite oferecer aos pacientes recursos mais avançados e que ajudem a enfrentar uma doença que ainda vitimiza cerca de 12 mil mulheres por ano no Brasil.
A parceria permite oferecer aos pacientes recursos mais avançados e que ajudem a enfrentar uma doença que ainda vitimiza cerca de 12 mil mulheres por ano no Brasil.
Revisão técnica
- Prof. Dr. Max Grinberg
- Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
- Autor do blog Bioamigo
Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.