Mindfullness: foco e autoconhecimento

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Psicológa explica a técnica de meditação que trabalha com a consciência do pensamento

Facebook, Instagram, Linkedin, Whatsapp, notícias e mais notícias. Como manter o foco em uma era em que há milhares de informações por todos os lados?

Uma opção é a prática da meditação mindfullness (atenção plena), que, embora tenha origem na religião budista há mais de dois mil anos, está sendo bastante difundida nos dias de hoje, principalmente por profissionais que têm em sua rotina constante tensão, como é o caso da analista de ações do mercado financeiro, Cintia Farago, de 31 anos, que realiza meditação guiada por aplicativo de celular há nove meses. “Ajuda muito a concentrar, melhora a produtividade, a encontrar foco, ativar criatividade e equilíbrio”, comenta.

De acordo com a psicóloga clínica e hipnoterapeuta cognitiva Vania Calazans, formada pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, este tipo de meditação é um treino mental que busca a consciência do momento presente e, a partir de uma série de estudos, tem sido associada a um maior bem-estar físico, mental e emocional.

A principal característica do mindfullness é prestar atenção nos fatos, perceber o que se está sentindo, o que está acontecendo com a mente e com o corpo. “Os pensamentos são constantes e é importante reconhece-lo, tentar estar presente no momento da meditação o máximo possível”, aconselha Cintia.

Diferente da meditação tradicional, que busca esvaziar a mente, a técnica de mindfullness é mais acessível e desmistifica a dificuldade de concentração, por isso tornou-se tão popular.

Os aplicativos também ajudam bastante quem está começando a meditar, auxiliando com várias possibilidades, até encontrar a que mais se adequa a cada perfil. “Todos podem praticar, não existe contraindicação, basta ter como objetivo o alcance do equilíbrio e da tranquilidade. Você foca a atenção na respiração, na posição em que está, identifica os pensamentos, aceitando-os, sem julgamentos e reflexões”, explica a psicóloga. Ela reforça ainda que há pesquisas que indicam melhora no desempenho escolar e no combate a pensamentos negativos, como baixa autoestima e descrença.

Para quem quiser seguir o exemplo da analista de ações e iniciar um hábito de meditação, ela indica procurar algum aplicativo ou vídeo no Youtube que melhor se adapte à rotina. “Às vezes, apenas fecho os olhos e marco o tempo com o relógio do celular. Se praticar sozinho não funcionar, tente praticar com um grupo. O importante é encontrar como funciona para você”.

Também Vania Calazans dá dicas para os iniciantes. “O ideal é meditar diariamente. Mas, ao iniciar, se praticar de três a cincos vezes por semana já começará a sentir resultados. O tempo pode ser curto, conforme o que tiver disponível. Melhor meditar cinco minutos todos os dias do que 30 um dia só e desistir. O importante é adquirir constância. O que ajuda a manter a disciplina é escolher sempre o mesmo horário, seja ao levantar, antes de dormir ou ao entrar no banho. Além do tempo e horário, escolha um local tranquilo, em que possa se sentar confortavelmente, sem ser perturbado e longe de distrações”, recomenda. No entanto, a psicóloga alerta que a técnica de mindfullness traz inúmeros benefícios, mas não substitui cuidados específicos com a saúde. “É uma prática complementar, mas não substitutiva de nenhum tratamento médico ou psicológico”, finaliza.

6 aplicativos para começar agora a meditar

– Headspace

– Insight Timer

– Aura

– 5 minutos

– Omvana

– Medita!

– Smiling Mind

Revisão técnica

  • Prof. Dr. Max Grinberg
  • Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
  • Autor do blog Bioamigo

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