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Dia Nacional e Mundial da Psoríase

Imagem de uma moça com manchas avermelhadas no braço, simbolizando Dia Nacional e Mundial da Psoríase.

29 de outubro é celebrado como o Dia Mundial da Psoríase, data dedicada à conscientização sobre essa doença de pele crônica e autoimune. No Brasil, a mesma data também marca o Dia Nacional da Psoríase, reforçando a importância de disseminar informações e combater o estigma associado à condição. Promovido internacionalmente desde 2004, esse dia une comunidades em vários países em apoio aos pacientes e suas famílias. A iniciativa reforça que a psoríase não é apenas um problema estético, mas uma condição séria que requer atenção médica adequada. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a psoríase afeta de 2% a 3% da população mundial, o que representa cerca de 125 milhões de pessoas ao redor do globo. Só no Brasil, estima-se que aproximadamente cinco milhões de brasileiros convivam com a enfermidade. Esses números justificam a relevância de uma data dedicada à conscientização, visando informar a população sobre a doença, incentivar a busca por diagnóstico e tratamento, além de combater preconceitos historicamente enfrentados por quem tem psoríase.

A psoríase é crônica e não contagiosa

A psoríase é uma doença dermatológica inflamatória, relativamente comum e de curso crônico. Sua principal caracterização envolve o surgimento de manchas ou placas avermelhadas e descamativas na pele, que podem coçar, arder e provocar dor. Apesar das lesões chamativas, é fundamental esclarecer que não se trata de uma infecção transmissível. “Como é uma doença autoimune, é um mau funcionamento do sistema imunológico, levando o corpo a atacar os próprios tecidos; por isso, a psoríase não é contagiosa. É fundamental informar que não é”, destaca a dermatologista Letícia Oba Galvão. Vale ressaltar que a psoríase tampouco surge por falta de higiene; é o sistema imunológico que desencadeia as lesões. Esclarecer esses pontos é um dos objetivos centrais das campanhas de conscientização sobre a doença.

Causas e fatores desencadeantes

As causas exatas da psoríase ainda não são totalmente compreendidas pela medicina. Sabe-se, contudo, que há uma forte influência genética e imunológica no desenvolvimento da condição. Isso significa que pessoas com histórico familiar de psoríase têm maior propensão a desenvolvê-la. Por outro lado, diversos fatores desencadeantes ou agravantes podem precipitar lesões em quem já possui predisposição. Entre os gatilhos mais comuns estão o estresse físico ou emocional, infecções e clima frio; certos medicamentos e hábitos de vida também podem piorar o quadro. É importante frisar que, embora o estresse não seja a causa da psoríase, ele tende a agravar significativamente o quadro quando a doença já está instalada. Como explica a dermatologista Dra. Regina Carneiro, “ela não tem uma causa conhecida, mas alguns fatores desencadeantes, como estresse ou abalos emocionais, podem fazer com que o paciente desenvolva novas lesões ou agrave lesões pré-existentes”

Sintomas e manifestações clínicas

As manifestações da psoríase na pele variam conforme o tipo e a gravidade, mas tipicamente envolvem lesões elevadas, avermelhadas e cobertas por escamas esbranquiçadas ou prateadas. Essas placas aparecem com frequência em cotovelos, joelhos, couro cabeludo, palmas das mãos e plantas dos pés, embora possam surgir em outras regiões do corpo. Os surtos costumam provocar intensa coceira, sensação de queimação e dor local. As unhas também podem ser afetadas, tornando-se espessas ou deformadas em alguns casos. Em até 30% dos pacientes, a inflamação extrapola a pele e acomete as articulações, levando à artrite psoriásica. Quando presente, essa artrite causa dores, inchaços e rigidez nas juntas, podendo desencadear deformidades permanentes se não tratada precocemente. A psoríase costuma ter um curso cíclico de remissões e recaídas.

Impacto na qualidade de vida e comorbidades

Impacto psicossocial e preconceito

Por ser uma condição crônica e visível, a psoríase pode impactar profundamente a qualidade de vida. O convívio social muitas vezes fica prejudicado pelo constrangimento com as lesões e pelo receio de reações negativas de terceiros. Infelizmente, o preconceito ainda é comum: um estudo internacional recente (pesquisa CLEAR) apontou que 96% dos brasileiros com psoríase já sofreram discriminação em função da doença, percentual muito superior à média mundial de 85%. Esse estigma pode levar ao isolamento social e até mesmo à piora do quadro emocional do paciente. Recomenda-se acompanhamento psicológico para ajudar o paciente a lidar com os aspectos emocionais da doença.

Complicações de saúde

A psoríase está associada a diversas complicações importantes de saúde. Formas graves frequentemente vêm acompanhadas de doenças metabólicas e cardiovasculares, aumentando o risco de infarto ou AVC. Todos esses fatores reforçam que a psoríase vai muito além de um problema cutâneo, exigindo uma atenção integral à saúde do paciente.

Tratamento e controle da doença

Embora a psoríase não tenha cura definitiva, existem vários tratamentos eficazes que permitem controlar seus sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A escolha terapêutica depende da gravidade e da extensão das lesões. Nos casos leves (a maioria), medidas locais costumam bastar – como aplicação de hidratantes e pomadas com efeito anti-inflamatório e, em alguns casos, fototerapia. Já quadros moderados a graves geralmente requerem terapias sistêmicas. Essas incluem medicamentos orais que modulam a imunidade e, mais recentemente, terapias com imunobiológicos. Como destaca o dermatologista Ricardo Romiti, “temos tratamentos imunobiológicos direcionados contra a inflamação específica da psoríase, medicamentos muito eficazes para as formas mais graves da doença”. Graças a essas opções avançadas, muitos pacientes conseguem atingir remissão completa ou quase completa das lesões, levando uma vida ativa sem as limitações impostas pela psoríase. É fundamental seguir corretamente o tratamento e não interrompê-lo sem orientação médica, a fim de evitar agravamentos.

Conscientização e Dia Mundial da Psoríase

A existência de uma data mundial e nacional dedicada à psoríase reflete a necessidade de ampliar o conhecimento sobre a doença e reduzir o preconceito. Nessa ocasião, diversas ações são promovidas por instituições de saúde e associações de pacientes. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por exemplo, coordena campanhas anuais que alertam a população para o fato de que, embora não tenha cura, a psoríase não é contagiosa e tem tratamento. Essas campanhas costumam incluir palestras, eventos em locais públicos, ampla divulgação de informações nas redes sociais e depoimentos de pacientes e médicos, tudo para chamar atenção à causa. Em nível internacional, a IFPA define um tema para o Dia Mundial da Psoríase a cada ano; em 2024, por exemplo, o mote “Família” destacou a importância do apoio dos familiares ao paciente. No Brasil, a oficialização do Dia Nacional da Psoríase demonstra o compromisso do poder público com a causa. Graças ao esforço conjunto de profissionais, pacientes e sociedade, muitos tabus vêm sendo quebrados e informações corretas têm alcançado mais pessoas, assegurando apoio e respeito a quem convive com a psoríase.

Ao celebrar em 29 de outubro o Dia Nacional e Mundial da Psoríase, reconhecemos não apenas a luta de milhões de pacientes contra uma doença crônica e por vezes dolorosa, mas também o poder da informação como ferramenta de transformação social. Divulgar conhecimentos sobre a psoríase – suas causas, sintomas, tratamentos e principalmente o fato de não ser contagiosa – é essencial para desconstruir preconceitos. Do ponto de vista clínico, a data também serve para lembrar a importância do diagnóstico precoce e do acesso amplo aos tratamentos, possibilitando que os pacientes alcancem melhor controle da doença e vivam com qualidade.

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