
O Dia do Amigo, celebrado em 20 de julho, é uma data simbólica que nos convida à reflexão sobre os vínculos afetivos que cultivamos ao longo da vida. Muito além de lembranças nostálgicas ou mensagens carinhosas nas redes sociais, as amizades desempenham um papel central no bem-estar humano. Sob a ótica da medicina, esse tipo de conexão interpessoal exerce efeitos concretos e mensuráveis na saúde física e emocional, influenciando a longevidade, o sistema imunológico, a prevenção de doenças e até a resposta ao tratamento de enfermidades crônicas. Em uma sociedade marcada por rotinas aceleradas, isolamento digital e índices crescentes de ansiedade e depressão, entender o valor terapêutico das amizades se torna não apenas necessário, mas urgente.
Conexões humanas e a neuroquímica do bem-estar
Segundo os portais de notícias O Tempo e G1, o impacto das amizades no cérebro começa pela ativação de circuitos neuroquímicos associados ao prazer, segurança e vínculo. Quando interagimos com pessoas de confiança, especialmente em ambientes afetivos e acolhedores, ocorre a liberação de neurotransmissores como dopamina, serotonina e ocitocina. A ocitocina, em especial, conhecida como “hormônio do amor” ou “molécula do abraço”, é amplamente estudada por seu papel na formação de vínculos emocionais e no alívio do estresse. Em contextos de amizade, sua liberação está relacionada à redução de respostas inflamatórias, controle da pressão arterial e melhora da variabilidade da frequência cardíaca — um importante marcador de saúde cardiovascular. (Ladislau; G1; A Gazeta; O Tempo)
Além disso, a interação com amigos ativa áreas cerebrais responsáveis por empatia, recompensa e tomada de decisão social, como o córtex pré-frontal e a amígdala. Esses processos favorecem a estabilidade emocional, ajudam a modular impulsos e até influenciam a percepção da dor física. Estudos de neuroimagem funcional indicam que sentir-se socialmente apoiado pode reduzir a atividade cerebral em regiões associadas ao sofrimento, o que evidencia a profunda interligação entre saúde mental e relações interpessoais. Portanto, a amizade não é apenas um fator emocionalmente reconfortante, mas um verdadeiro recurso neurológico e fisiológico de proteção. (Ladislau; G1; A Gazeta; O Tempo)
Amizades como fator protetivo contra doenças crônicas
Diversas pesquisas longitudinais demonstram que indivíduos com laços sociais fortes têm <strong>menor incidência de doenças crônicas</strong>, como hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer. O efeito protetor está associado não apenas à regulação hormonal, mas também aos comportamentos saudáveis que amizades sólidas incentivam. Pessoas com amigos próximos tendem a praticar mais atividades físicas, manter uma alimentação mais equilibrada, aderir melhor a tratamentos médicos e apresentar menor propensão ao consumo excessivo de álcool ou tabaco. (Ladislau; G1; A Gazeta; O Tempo)
De acordo com a neuropsicóloga e psicanalista, Andréa Ladislau, a literatura médica sugere que a ausência de conexões sociais pode ser tão prejudicial quanto fatores de risco clássicos, como sedentarismo ou obesidade. A solidão crônica, por sua vez, está associada ao aumento dos níveis de cortisol e adrenalina — hormônios ligados à resposta de estresse — e pode contribuir para a resistência à insulina, o acúmulo de gordura abdominal e o enfraquecimento do sistema imunológico. Portanto, ao considerar a promoção da saúde pública, incluir o fortalecimento de laços afetivos no plano terapêutico ou de prevenção se mostra uma estratégia de alto impacto e baixo custo, ainda subvalorizada por parte da medicina tradicional. (Ladislau; G1; A Gazeta; O Tempo)
Inflamação e imunidade: o papel das emoções positivas
Amizades saudáveis funcionam como reguladoras emocionais capazes de amortecer os efeitos inflamatórios do estresse. Estudos demonstram que indivíduos que se sentem mais conectados emocionalmente apresentam menores níveis de proteínas inflamatórias como a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), ambos associados ao desenvolvimento de doenças autoimunes e neurodegenerativas. Além disso, o apoio social impacta positivamente a atividade das células natural killer (NK), responsáveis pela defesa do organismo contra vírus e células tumorais. Dessa forma, o ambiente relacional influencia diretamente a eficácia do sistema imunológico, reforçando a importância de nutrir vínculos afetivos duradouros. (Ladislau; G1; A Gazeta; O Tempo)
Amizade e saúde mental: um antídoto contra a solidão
A conexão emocional com outras pessoas representa um fator determinante na saúde mental. Em um cenário global onde transtornos como depressão, ansiedade e estresse crônico figuram entre as principais causas de afastamento do trabalho e perda de qualidade de vida, a amizade surge como uma ferramenta poderosa de prevenção e enfrentamento. Ter com quem conversar, partilhar angústias, rir ou apenas estar em silêncio confortavelmente tem um impacto real na liberação de hormônios que equilibram o humor e reduzem os sintomas depressivos. O suporte emocional recebido dos amigos aumenta o sentimento de pertencimento e autoestima, além de oferecer uma perspectiva mais equilibrada diante dos desafios cotidianos. (Ladislau; G1; A Gazeta; O Tempo)
É importante destacar que amizades saudáveis são aquelas baseadas na escuta ativa, na empatia, no respeito e na reciprocidade. Relações tóxicas, por outro lado, podem produzir o efeito oposto, gerando estresse contínuo, ansiedade e insegurança emocional. Do ponto de vista clínico, o isolamento social está relacionado a maiores índices de internações psiquiátricas, abuso de substâncias e risco aumentado de suicídio, especialmente em populações vulneráveis como idosos e adolescentes. O contato humano frequente, portanto, age como um estabilizador emocional e neuroquímico, com efeitos cumulativos e duradouros. (Ladislau; G1; A Gazeta; O Tempo)
O papel do riso e da leveza nas relações afetivas
Entre os inúmeros benefícios das boas amizades está o riso compartilhado, que representa não apenas uma válvula de escape emocional, mas também um potente estímulo fisiológico. Rir com amigos ativa o sistema límbico, promove a liberação de endorfinas — os analgésicos naturais do corpo — e reduz a produção de hormônios do estresse. A sensação de leveza e espontaneidade que surge nas interações sociais positivas atua como um mecanismo de regeneração psicológica, com impactos na qualidade do sono, da digestão e na percepção de dor. (Ladislau; G1; A Gazeta; O Tempo)
Prescrição médica: cultivar amizades como hábito de saúde
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Fontes: