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A mulher e a osteoporose. (20/10 – Dia mundial e nacional da osteoporose.)

Imagem de médica e paciente, realizando exame, simbolizando Mulher e a osteoporose.

A osteoporose é uma doença silenciosa que compromete a resistência dos ossos e aumenta significativamente o risco de fraturas. No Brasil e no mundo, ela é reconhecida como um dos principais problemas de saúde pública, especialmente entre as mulheres após a menopausa. De acordo com o Ministério da Saúde, a redução do estrogênio nessa fase da vida feminina acelera a perda de massa óssea, tornando as mulheres mais vulneráveis à osteoporose e suas complicações. Em 20 de outubro, celebra-se o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, uma data dedicada à conscientização sobre prevenção, diagnóstico precoce e cuidados necessários para reduzir os impactos dessa condição.

O que é osteoporose

A osteoporose é uma doença osteometabólica caracterizada pela perda progressiva de massa óssea e de sua qualidade. Os ossos tornam-se porosos e fracos, aumentando o risco de fraturas mesmo após traumas leves. Segundo o Ministério da Saúde, as complicações incluem dor crônica, deformidades e elevação da mortalidade. Globalmente, cerca de 200 milhões de pessoas têm osteoporose, e no Brasil estima-se que 10 milhões já sejam afetados. Entre as causas estão fatores hormonais (como a menopausa) e o sedentarismo. Estima-se ainda que ocorra em média uma fratura por fragilidade a cada três segundos, totalizando cerca de 9 milhões de fraturas osteoporóticas por ano.

Incidência e impacto nas mulheres

A osteoporose é muito mais comum em mulheres do que em homens, especialmente após a menopausa. Estima-se que cerca de 10 milhões de brasileiros têm osteoporose, com predomínio feminino. Segundo o IBGE, cerca de 30 milhões de mulheres estão em idade de menopausa no Brasil, fase de alto risco para perda óssea. Aproximadamente uma em cada três mulheres acima de 50 anos terá uma fratura por fragilidade óssea, contra uma em cada cinco homens nessa faixa etária. Estudos no Brasil indicam que a mortalidade após fratura de quadril chega a cerca de 20% no ano seguinte ao trauma. Essas fraturas osteoporóticas reduzem a mobilidade e a independência das pessoas idosas, gerando alto impacto social e econômico.

Fatores de risco na saúde feminina

Menopausa e alterações hormonais

Na menopausa, a queda dos níveis de estrogênio acelera a perda óssea, deixando as mulheres mais suscetíveis a fraturas. Essa deficiência hormonal faz com que os ossos fiquem mais frágeis e sujeitos a danos. A predisposição genética também conta: mulheres com histórico familiar de osteoporose ou fraturas por fragilidade têm risco maior de desenvolvê-la. Mulheres com menopausa precoce (antes dos 45 anos) sofrem ainda mais com a redução da massa óssea.

Estilo de vida e outros fatores

Sedentarismo e deficiência de cálcio e vitamina D também favorecem a osteoporose. Ingestão inadequada de laticínios e a falta de exposição ao sol comprometem a saúde óssea. Hábitos como tabagismo e consumo excessivo de álcool fragilizam ainda mais os ossos. Doenças crônicas (como diabetes ou artrite reumatoide) e o uso prolongado de alguns medicamentos (como corticosteroides) podem agravar a condição óssea. Em conjunto, esses fatores contribuem para a perda acelerada de massa óssea nas mulheres.

Sintomas e diagnóstico

Sintomas e sinais

A osteoporose geralmente é silenciosa até que ocorram fraturas. Quando aparecem sinais, incluem dores ósseas difusas, redução da estatura e cifose (corcunda) devido a fraturas na coluna. Fraturas vertebrais podem ocorrer de forma insidiosa, muitas vezes sem trauma aparente, levando a dores lombares crônicas. Em tais casos, a pessoa pode perder centímetros de altura sem perceber, apenas apresentando dor persistente nas costas. Frequentemente, o diagnóstico só é feito após uma fratura, pois a doença não provoca dor intensa antes disso.

Diagnóstico precoce

O diagnóstico da osteoporose é confirmado por densitometria óssea. O Ministério da Saúde recomenda realizar esse exame em mulheres a partir dos 45 anos com fatores de risco. A densitometria, realizada geralmente nos quadris ou na coluna lombar, quantifica a perda óssea antes das fraturas acontecerem, permitindo intervenção precoce. Além disso, frequentemente se utiliza o escore FRAX, que calcula a probabilidade de fratura em 10 anos a partir de diversos fatores clínicos (como histórico familiar de osteoporose ou uso de tabaco).

Prevenção e cuidados

Dieta e exposição solar

Ingerir cálcio e vitamina D em quantidade adequada é essencial. Recomenda-se consumir leite e derivados e vegetais verdes escuros ricos em cálcio. Deve-se evitar excesso de sal, refrigerantes, café e tabaco, que prejudicam a saúde óssea. A exposição moderada ao sol (20–30 minutos diários) ajuda na síntese de vitamina D. Para mulheres adultas, recomenda-se ingestão de 1000 a 1200mg de cálcio por dia. Alimentos fontes de vitamina D, como peixes gordurosos (salmão, atum) e gema de ovo, auxiliam na absorção do cálcio. Se necessário, podem ser usados suplementos de vitamina D sob orientação médica.

Exercícios e hábitos saudáveis

Praticar exercícios de sustentação de peso (como caminhada, corrida e musculação) fortalece os ossos e melhora o equilíbrio. Dessa forma reduz-se o risco de quedas e fraturas em todas as idades. Fortalecimentos musculares e atividades aeróbicas de baixo impacto complementam a proteção óssea. Dança, subir escadas e exercícios com faixas elásticas também são recomendados para preservar a massa óssea. Além disso, evita-se o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, hábitos que enfraquecem ainda mais o tecido ósseo.

Tratamento e acompanhamento

Abordagem não farmacológica

Em pacientes com osteoporose, reforçam-se as medidas de prevenção (boa nutrição, exercícios regulares e correção de deficiências). Recomenda-se adaptações no ambiente doméstico (barras de apoio, iluminação adequada) para evitar quedas. O acompanhamento médico regular com densitometria periódica é fundamental. O Ministério da Saúde destaca que mulheres com baixa densidade óssea ou fraturas prévias devem receber tratamento para prevenir nova perda óssea. Programas de fisioterapia e reabilitação podem ser indicados para recuperar a mobilidade, fortalecer a musculatura e prevenir quedas futuras.

Terapia medicamentosa

Podem ser prescritos medicamentos específicos, como bifosfonatos, para retardar a reabsorção óssea, e em alguns casos terapias hormonais. Em situações de alto risco, novos medicamentos como o denosumabe (anticorpo monoclonal) passam a ser opção. A FEBRASGO ressalta que existem tratamentos farmacológicos eficazes que devem ser individualizados e mantidos continuamente, garantindo proteção a longo prazo aos ossos.

Dia Mundial e Nacional da Osteoporose (20 de outubro)

No dia 20 de outubro celebra-se o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, data dedicada a conscientizar sobre a prevenção e o diagnóstico precoce. As campanhas destacam a relação entre ossos frágeis e fraturas e reforçam a importância de priorizar a saúde óssea em todas as idades, especialmente nas mulheres. Nos anos recentes, temas como “Isso é osteoporose” foram adotados para educar a população sobre a ligação direta entre a doença e as fraturas graves.

Iniciativas e políticas públicas

Neste âmbito, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece densitometria óssea aos pacientes elegíveis e disponibiliza tratamentos adequados. O Ministério da Saúde destaca que a densitometria é o exame-chave e recomenda realizá-la em mulheres de 50 anos ou mais com fatores de risco. Foram criados protocolos clínicos nacionais (PCDT) para orientar o tratamento e reduzir complicações. Diversas Secretarias Estaduais de Saúde promovem campanhas e grupos de apoio. A nível federal, as diretrizes orientam médicos da atenção básica a investigar fatores de risco e educar pacientes. Políticas de saúde da mulher e do idoso incluem recomendações de exercício e dieta para fortalecer os ossos.

A osteoporose prevalece entre mulheres pós-menopausa e exige atenção permanente. Especialistas ressaltam que hábitos saudáveis – alimentação rica em cálcio, prática regular de exercícios e evitar fumo/álcool – e o diagnóstico precoce são fundamentais para prevenir fraturas e manter a independência das pacientes. O acompanhamento médico regular com exames periódicos é essencial para monitorar a saúde óssea. Estudos indicam que intervenções simples na alimentação e na atividade física podem diminuir significativamente o risco de fraturas a longo prazo. A conscientização contínua ajuda pacientes e familiares a adotarem medidas de proteção, mantendo a mobilidade e a qualidade de vida na terceira idade.

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Fontes:

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/outubro/osteoporose-e-uma-das-principais-causas-de-morbidade-e-mortalidade-em-idosos

https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1751-osteoporose-e-a-saude-feminina

https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2024/11/mulheres-na-menopausa-invisibilidade-deixa-tratamento-fora-da-agenda-publica