Vivendo a Vida :D

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É possível que entre trabalho, família, boletos e tantos projetos já realizados e outros tantos a realizar, você pouco tenha percebido algo que, aparentemente, é bem óbvio: você está vivo! Essa afirmação pode parecer desnecessária, mas quando se percebe respirando, mais que isso, interagindo com o oxigênio, talvez estar vivo possa não ser o mesmo que viver.

Viver pode ser definido como “o que se faz da vida que se tem” e se considerarmos a descrição adotada pela dra. Ana Cláudia Quintana Arantes, “a vida é situação sexualmente transmissível, incurável, progressiva, podendo levar a diversas incapacidades e em 100% dos casos à morte”; pode ser compartilhada em um nível indissolúvel e, durante o amadurecimento, passar por dificuldades (físicas ou emocionais) significativas. É nesse momento que podemos, obviamente, se esquecer de viver.

Por vários momentos nos vemos em busca de satisfações e alegrias que, em geral, fariam a vida boa de se viver, mas de que é feita uma vida boa?

É necessário, por mais que já se tenha ouvido, retomar aquele alerta de que a vida boa não está restrita ao que se vê nos comerciais de televisão ou revistas. Também não está limitada ao número indicado em sua conta bancária e pouco tem a ver com cor dos olhos ou de pele. Todas essas coisas fazem parte da vida, mas nenhuma delas define o “viver” ou ser “feliz”.

O filósofo Clóvis de Barros Filho em sua reflexão sobre a vida que vale a pena ser vivida, afirma que até dos males há que se encontrar proveito, nos colocando a possibilidade de encontrar sentido para viver inclusive em dificuldades. Já dizia Nietzsche que quem tem um porquê para viver pode suportar qualquer como.

Mas, embora isso seja muito bonito e simples de se dizer, o fato é que, na hora da dor, parece difícil demais viver e, na maior parte das vezes, nos limitamos somente a estar vivos. Porém, por mais difícil que a vida se apresente, viver é possível e preciso!

A vida boa de se viver não promete, em momento algum, ausência de dificuldades ou sofrimentos. Ela passa pela necessidade de um sentido para cada acontecimento.

Quanto à felicidade, Aristóteles iniciou aquela proposta de felicidade como processo que não é constante, e sim um estado de espírito em que se vive. Se quisermos pensar a felicidade como sentimento, podemos adotá-la em sua forma mais autêntica, quando se é feliz sem a necessidade de um motivo para sê-lo (Drummond). Diante dessa visão da “vida” e da “felicidade”, vivemos uma vida que, mesmo feliz, inclui tristezas.

Mas calma. Como falei, é possível viver e ser feliz! Retomando nossa descrição inicial da vida, viver é o ato de dar sentido a todos os aspectos da vida e a felicidade é uma espécie de fruto disso. Viktor Frankl, após sobreviver a quatro campos de concentração nazista, declarou que se conseguirmos encontrar um sentido para a dor, logo a vida terá sentido.

Estar vivo é primordial para viver, mas, em absoluto, não é viver. Diariamente buscamos por prazer. O exercício é dar sentido a essa busca. Em sofrimento, essa busca pode sim ser difícil demais, mas, frente às dificuldades, é preciso buscar ajuda para que esse sentido seja possível.

Psicoterapia, meditação e espiritualidade são formas de ajuda na busca de sentido, de autocompreensão.

Por fim, viver é acontecência e nós não apenas acontecemos, mas fazemos parte desse acontecer.

Fonte: Equipe QualiViva