Conscientização sobre a importância do aleitamento materno.

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Imagem de uma mulher e um bebê, simbolizando o aleitamento materno.

O leite materno é, sem dúvida, o melhor alimento para os primeiros meses de vida do bebê. Ele oferece todos os nutrientes necessários, fortalece o sistema imunológico e ainda cria um elo afetivo poderoso entre mãe e filho. Mais do que uma escolha pessoal, amamentar é um ato de saúde pública, com impacto direto na redução da mortalidade infantil e na promoção de uma sociedade mais saudável. É por isso que, em todo o Brasil, agosto se transforma no “Agosto Dourado” — uma campanha dedicada a promover a conscientização sobre a importância do aleitamento materno. A cor dourada foi escolhida para representar o “padrão ouro” de qualidade do leite materno, em reconhecimento ao seu valor inestimável. Com apoio de instituições como o Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Unicef e a Sociedade Brasileira de Pediatria, o movimento propõe ações educativas, políticas públicas e envolvimento comunitário para que mães possam amamentar com tranquilidade, apoio e informação. Ao longo deste texto, vamos explorar os motivos pelos quais amamentar faz tanta diferença, os mitos que ainda precisam ser superados e o papel essencial da sociedade no apoio à lactação.

O que é o Agosto Dourado

Criado no Brasil por meio da Lei nº 13.435/2017, o Agosto Dourado estabelece um mês inteiro de mobilização social em favor da amamentação. Ele se conecta à Semana Mundial da Amamentação, realizada entre os dias 1º e 7 de agosto em mais de 120 países, e amplia essa agenda durante os 31 dias do mês. Durante esse período, prédios públicos são iluminados de dourado, eventos educativos são promovidos, e profissionais de saúde intensificam as ações de orientação sobre aleitamento. Cada ano traz uma temática diferente, sempre com foco na proteção, promoção e apoio à amamentação. Já foram abordados assuntos como o retorno ao trabalho e a importância de espaços adequados nas empresas, o combate à desinformação e a necessidade de uma rede de apoio familiar. A campanha destaca que amamentar não é apenas uma questão de vontade: é um direito que precisa ser garantido. Políticas públicas, informação acessível e ambientes acolhedores são fundamentais para que mulheres possam amamentar seus filhos da melhor forma possível. O Agosto Dourado, assim, reforça o papel coletivo nessa jornada — da mãe à sociedade como um todo.

Benefícios para o bebê

O leite materno é um alimento completo e vivo. Ele se adapta às necessidades do bebê ao longo do tempo, oferecendo sempre os nutrientes ideais e anticorpos que protegem contra doenças. Nos primeiros seis meses de vida, ele é o único alimento necessário: dispensa água, sucos, chás ou qualquer outro complemento. De acordo com a OMS, a amamentação exclusiva durante esse período pode prevenir até 13% das mortes de crianças menores de cinco anos. O leite materno ajuda na prevenção de diarreias, infecções respiratórias, otites, alergias e até mesmo doenças crônicas futuras, como obesidade, diabetes e hipertensão. Além disso, o ato de mamar no peito estimula a musculatura facial, a respiração nasal e o desenvolvimento da fala. O contato físico durante a amamentação favorece o vínculo afetivo, promove sensação de segurança e afeto, essenciais para o desenvolvimento emocional do bebê. Outro ponto fundamental é o impacto positivo no desenvolvimento neurológico. O leite materno contém DHA, um ácido graxo essencial para a formação do cérebro, responsável por influenciar diretamente a memória, o raciocínio e o desempenho escolar. Amamentar é, portanto, mais do que alimentar: é dar o melhor começo de vida possível.

Benefícios para a mãe

Muitas vezes, os benefícios da amamentação para a mãe são menos comentados — mas são igualmente importantes. O primeiro impacto positivo ocorre logo após o parto: o bebê ao mamar estimula a produção de ocitocina, hormônio que ajuda o útero a contrair e voltar ao tamanho normal, reduzindo o risco de hemorragias. A amamentação também funciona como uma forma natural de contracepção temporária, inibindo a ovulação enquanto o bebê mama exclusivamente, o que ajuda a espaçar gestações. Em médio e longo prazo, a mulher que amamenta tem menor risco de desenvolver câncer de mama, ovário e endométrio. Estudos da Fiocruz e da Unicef mostram que, quanto mais tempo uma mulher amamenta, menor a probabilidade de desenvolver essas doenças. Também há benefícios metabólicos importantes: menor risco de diabetes tipo 2, osteoporose e doenças cardiovasculares. Amamentar também pode auxiliar na perda de peso após a gestação, já que a produção de leite consome energia do corpo da mulher. Do ponto de vista emocional, a amamentação é um momento de conexão profunda com o bebê, que promove autoestima, bem-estar e até mesmo proteção contra depressão pós-parto. Amamentar é cuidar da saúde do bebê, mas também da própria saúde.

O apoio social é fundamental

Apesar de todos os benefícios, amamentar nem sempre é fácil. Dor, fissuras nos seios, pega incorreta, inseguranças emocionais e a falta de orientação podem levar ao desmame precoce. A volta ao trabalho é uma das principais causas do abandono da amamentação exclusiva antes dos seis meses. Muitas mulheres não encontram espaços adequados ou horários flexíveis para manter a amamentação ou extrair leite durante o expediente. Por isso, é essencial que a sociedade, as empresas e os governos criem estruturas de apoio à mulher que amamenta. Ambulatórios, salas de amamentação, consultorias com profissionais de saúde e o suporte da família são recursos que fazem diferença real no sucesso da lactação. Também é necessário combater informações erradas, como o mito do “leite fraco”, e dar visibilidade às experiências reais das mães. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, por exemplo, é uma das maiores do mundo e oferece apoio técnico e emocional para que a mulher consiga amamentar com tranquilidade. Com apoio e orientação, a maioria das dificuldades pode ser superada.

Superando mitos e desafios

Infelizmente, ainda há muitos mitos que cercam o aleitamento materno. Frases como “meu leite é fraco” ou “meu peito é pequeno, não vai sustentar” são comuns e prejudicam a confiança das mães. A verdade é que todas as mulheres são biologicamente capazes de produzir leite suficiente para seu bebê, salvo raras exceções médicas. Outro mito recorrente é o de que o bebê chora porque o leite não sustenta. Na realidade, o choro pode ter inúmeras causas: calor, frio, necessidade de colo, fralda suja ou apenas a busca por aconchego. Informar, acolher e orientar corretamente ajuda a quebrar essas crenças e fortalece a confiança materna. Muitas mães enfrentam julgamentos: seja por amamentarem em público, por estarem cansadas ou por não conseguirem continuar a amamentar após o retorno ao trabalho. Precisamos construir uma cultura de empatia e apoio, não de cobrança. Respeitar as escolhas individuais e oferecer recursos para que a amamentação seja possível é o caminho mais justo. O Agosto Dourado é mais do que uma campanha simbólica: é um movimento de valorização da vida. Amamentar é um ato natural, poderoso e transformador — e precisa ser incentivado, protegido e apoiado por toda a sociedade. Com o leite materno, o bebê recebe proteção, nutrição e afeto; a mãe, saúde física e emocional; e a sociedade, gerações mais saudáveis e conscientes. Garantir o direito ao aleitamento é garantir um futuro mais humano e equilibrado. Por isso, o compromisso com essa causa deve ultrapassar o mês de agosto. É um trabalho que envolve informação, empatia, políticas públicas e respeito. A cor dourada que ilumina prédios em agosto representa o valor incomparável desse alimento. Mas, mais do que iluminar cidades, o que precisamos é iluminar mentes — e garantir que toda mãe tenha condições de amamentar seu filho com tranquilidade, confiança e apoio.

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Fontes:

https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/resultados-do-enani-apontam-para-a-necessidade-do-incentivo-ao-aleitamento-materno-exclusivo/

https://www.epsjv.fiocruz.br/podcast/agosto-dourado-voce-sabia-que-a-amamentacao-reduz-o-risco-de-alguns-tipos-de-cancer

https://oglobo.globo.com/saude/amamentacao-pode-reduzir-pela-metade-risco-de-depressao-pos-parto-nas-maes-13666679

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13435.htm

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/agosto/ministerio-da-saude-lanca-campanha-de-amamentacao-com-foco-na-reducao-de-desigualdades

https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/beneficiario/agosto-dourado-campanha-incentiva-o-aleitamento-materno