O câncer de mama é um dos tumores malignos mais comuns entre as mulheres e um desafio à saúde pública. No Brasil, estimam-se cerca de 73 mil casos novos por ano. Muitos dos fatores de risco desse câncer estão ligados ao estilo de vida – ou seja, uma parcela dos casos pode ser evitada com mudanças de hábitos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 30% dos casos de câncer poderiam ser prevenidos com a adoção de hábitos saudáveis, como manter peso adequado, alimentação equilibrada, evitar álcool e praticar atividade física regularmente. Nesse contexto, o exercício físico desponta como uma estratégia fundamental de prevenção do câncer de mama, pois pode reduzir diretamente o risco de desenvolvimento da doença.
Prevalência do câncer de mama e prevenção
O câncer de mama é o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no mundo e no Brasil. Segundo o INCA, em 2023, estimaram-se 73.610 casos novos no país, sendo também uma das principais causas de morte por câncer em mulheres. É evidente a importância de investir em prevenção para diminuir a incidência e a mortalidade. Além de medidas de diagnóstico precoce (como a mamografia), é crucial reduzir os fatores de risco – em especial promovendo hábitos de vida mais saudáveis, como a prática regular de exercícios, que podem proteger contra o surgimento do tumor a longo prazo.
Fatores de risco e o papel do sedentarismo
Fatores não modificáveis
Alguns fatores de risco são não modificáveis, como idade, histórico familiar e predisposição genética. Outros relacionam-se ao histórico hormonal reprodutivo (longa exposição ao estrogênio).
Fatores modificáveis
Por outro lado, os fatores de risco modificáveis estão ligados ao estilo de vida e podem ser alvo de prevenção: entre os principais estão o sobrepeso/obesidade, o consumo de álcool e a inatividade física. O sedentarismo – praticar menos de 150 minutos de exercício por semana – é apontado pelo INCA como um importante fator de risco para o câncer de mama. Mulheres sedentárias têm probabilidade maior de desenvolver a doença em comparação às fisicamente ativas. Portanto, incentivar a atividade física é uma das medidas mais eficazes ao nosso alcance para reduzir o risco desse câncer.
Benefícios do exercício físico para a saúde
Os benefícios da prática regular de exercícios são amplos e comprovados. Manter o corpo em movimento ajuda a prevenir doenças crônicas (como hipertensão e diabetes), melhora o condicionamento cardiovascular, auxilia no controle do peso e traz ganhos para a saúde mental. No contexto oncológico, a atividade física também se destaca: estudos mostram que indivíduos fisicamente ativos apresentam menor incidência de vários tipos de câncer em comparação aos sedentários. O INCA enfatiza que quanto mais a pessoa se movimenta, maior a proteção contra o câncer – incluindo o câncer de mama, de intestino (cólon) e de endométrio. Adotar um estilo de vida ativo traz proteção não só para o coração e o metabolismo, mas também reduz o risco de diversas neoplasias malignas.
Exercício físico na prevenção do câncer de mama: evidências
Pesquisas confirmam o papel protetor do exercício físico especificamente contra o câncer de mama. Especialistas afirmam que ser fisicamente ativo é um fator de proteção – diminuindo as chances de desenvolver a doença. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que manter uma rotina regular de atividade física, junto com boa alimentação, pode reduzir em até 28% o risco de uma mulher ter câncer de mama.. Ou seja, a prática de exercícios funciona como uma barreira adicional contra o surgimento desse tumor. As autoridades de saúde incluem a atividade física entre as estratégias de prevenção do câncer de mama.
Mecanismos biológicos de proteção
A explicação para a redução do risco está nas alterações benéficas que o exercício provoca no organismo. Exercitar-se regularmente reduz os níveis de hormônios associados ao desenvolvimento do tumor, como estrogênio e progesterona, e aumenta a ação de proteínas que limitam esses hormônios no sangue. Esse efeito hormonal é relevante, pois a exposição prolongada a altos níveis de estrogênio está ligada a maior risco de câncer de mama. Além disso, a atividade física ajuda a evitar o excesso de gordura corporal – a obesidade é um estado de inflamação crônica que predispõe ao câncer. Manter um peso saudável por meio do exercício reduz processos inflamatórios no organismo. Outro mecanismo é o fortalecimento do sistema imunológico, tornando o corpo mais apto a eliminar células anormais antes que evoluam para um câncer. Esses efeitos (hormonais, anti-inflamatórios e imunológicos) explicam por que mulheres ativas tendem a apresentar menor incidência de câncer de mama.
Recomendações de atividade física
Diante das evidências, autoridades de saúde estabeleceram diretrizes para a prática de exercícios com foco na prevenção. A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomendam que adultos façam pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada (ou 75 minutos de vigorosa). Também é aconselhável incluir exercícios de fortalecimento muscular em dois dias da semana. O mais importante é evitar o sedentarismo: qualquer atividade é melhor do que nenhuma. Segundo o INCA, mesmo períodos curtos de movimento já trazem benefícios, embora cumprir a meta de 150 minutos semanais maximize a proteção. Além disso, é recomendável evitar longos períodos sentado, fazendo pequenas pausas ativas durante o dia.
Como adotar um estilo de vida mais ativo
Não é preciso ser atleta nem gastar dinheiro com academia para se exercitar – o importante é encontrar atividades prazerosas e incorporá-las na rotina. Caminhar, pedalar ou dançar são exemplos acessíveis. Pequenas mudanças no dia a dia já fazem diferença: usar escadas em vez de elevador, caminhar parte do trajeto diário, ou reservar 15 minutos por dia para se movimentar. Gradualmente, é possível aumentar a duração e a intensidade conforme melhora o condicionamento físico. O essencial é dar o primeiro passo e manter a regularidade – lembrando que todo movimento conta para afastar o sedentarismo.
Iniciativas de promoção da atividade física
No âmbito coletivo, diversas iniciativas vêm promovendo a atividade física como forma de prevenir doenças. O Programa Academia da Saúde do SUS oferece espaços públicos com equipamentos e profissionais para a prática orientada de exercícios, facilitando o acesso da população à vida ativa. Campanhas como o Outubro Rosa também destacam a importância do exercício na prevenção do câncer de mama, encorajando as mulheres a se manterem ativas. Globalmente, a OMS instituiu o Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril) para conscientizar a sociedade sobre os riscos do sedentarismo. Essas ações refletem o consenso de que elevar os níveis de exercício da população é essencial para prevenir não só o câncer de mama, mas também outras doenças crônicas, melhorando a qualidade de vida de todos.
O exercício físico tem um impacto significativo na prevenção do câncer de mama. Mulheres que mantêm uma rotina ativa apresentam menor incidência da doença – reflexo do equilíbrio hormonal, da menor inflamação e da maior imunidade proporcionados pelos exercícios regulares. Por esse motivo, autoridades de saúde recomendam incluir atividades físicas na rotina como parte de um estilo de vida saudável para reduzir o risco de câncer. A atividade física se soma a outros hábitos benéficos (como alimentação balanceada e não fumar) para maximizar a proteção. Adotar uma vida fisicamente ativa é, portanto, uma estratégia acessível e eficaz de cuidar da saúde – um investimento que pode salvar vidas e contribuir para um futuro com menos casos de câncer de mama. Quer saber mais sobre prevenção, saúde e bem-estar?
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Fontes:
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/campanhas/2023/outubro-rosa
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/causas-e-prevencao-do-cancer/atividade-fisica
