Obesidade infantil: consumo de açúcar

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Consumir alimentos naturais, orgânicos, não processados e, tampouco, açucarados. Essa é a regra da prática alimentar considerada saudável, e que deveria ser levada ainda mais a sério quando se trata da alimentação de crianças. Desde 2017, o Ministério da Saúde adotou, durante o Encontro Pan-americano de Obesidade Infantil, a proibição formal da oferta de açúcar para crianças de até 2 anos – incluindo bolachas, doces diversos e, sobretudo, refrigerantes e sucos artificiais.

Mas, infelizmente, a medida não surtiu efeito nos lares brasileiros. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), 32,3% de bebês abaixo dessa faixa etária já consomem açúcar – principalmente em bebidas adoçadas artificialmente. A preocupação se dá pelo fato de o paladar começar a ser formado nesta faixa etária. “Isso faz com que a criança ‘acostume’ as papilas gustativas da boca ao paladar doce. O resultado é o número absoluto de células gordurosas no corpo”, explica a endocrinologista e coordenadora do núcleo de obesidade e transtornos alimentares do Hospital Sírio-Libanês, Denise Iezzi.

Sabe-se que a criança nasce com certa predisposição para gostar de um ou outro tipo de alimento, mas a educação e os hábitos alimentares da família farão toda a diferença no futuro. “Daí o incentivo ao combate a obesidade infantil, com grande ênfase aos hábitos instituídos pelos adultos perante esta criança, antes dos 2 anos de idade”, complementa.

Por isso, a oferta e a ingestão de variedade de alimentos naturais, como legumes, frutas, verduras e proteína torna-se essencial. “As medidas comportamentais da família com a criança até os dois anos de idade serão a base de uma vida pré escolar saudável”, enfatiza, Denise. Estudos apontam que a obesidade na adolescência, em 89% dos casos, é resultado de sobrepeso na infância.

A médica destaca, ainda, a importância de que, tão cedo a criança inicie a vida social, não seja incentivada ao sedentarismo. É importante que não passe mais do que duas horas diárias na frente da tevê, computador, games ou tablets.

   

Revisão técnica

  • Prof. Dr. Max Grinberg
  • Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
  • Autor do blog Bioamigo

Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.

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