Shakes para perder peso: será que vale a pena?

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Entenda se essa prática pode trazer benefícios ou malefícios para a saúde

Cada dia mais vemos espaços destinados ao consumo de substitutos de refeições – conhecidos por shakes. Dentre tantas opções do gênero à venda, vem a pergunta: eles são seguros para substituir uma refeição e, de fato, ajudam a perder peso?

O Coração&Vida conversou com um especialista sobre o tema. “O shake é muito bem-vindo para aquelas pessoas que muitas vezes não têm tempo de parar para comer, mas ele precisa ser muito bem elaborado, fornecendo carboidratos complexos, de qualidade, com proteínas de alto valor biológico e gorduras boas”, explica Alan Scaglione, nutricionista esportivo especialista em suplementação pela Universidade de São Paulo (USP). Veja abaixo as vantagens e desvantagens desse método.

É prático: de acordo com o nutricionista, é uma opção para quem não tem tempo, já que é possível carregar o shake na bolsa e tomar em qualquer lugar, bastando adicionar água. De acordo com ele, é melhor tomar um shake do que recorrer a uma refeição típica de fast-food, que normalmente é rica em carboidratos de baixa qualidade, gorduras saturadas e excesso de calorias.

Exige atenção sobre a composição: não adianta comprar um shake que não é bem equilibrado, e que não está de acordo com o objetivo, gasto basal e biótipo da pessoa. “É preciso tratar cada um individualmente”, ressalta o especialista. Por isso, é importante sempre consultar um nutricionista para escolher o melhor produto.

Facilita a digestão: por ser um alimento praticamente digerido (é líquido), o corpo só pratica a absorção, o que facilita a digestão e afasta a sensação de peso após a refeição.

Pode desacelerar o metabolismo: o nutricionista explica que, se a pessoa fizer várias refeições com shake ao longo do dia, o trato gastrointestinal pode ficar preguiçoso, pois, como o alimento está praticamente digerido, o metabolismo pode desacelerar por causa disso.

Atrapalha a produção do hormônio da saciedade: a mastigação é importante pois, quanto mais se mastiga um alimento, mais rapidamente o corpo produz o hormônio da saciedade. “Pessoas que mastigam pouco e engolem rápido acabam comendo mais, engordando mais facilmente e tendo mais fome por esse motivo”, diz Scaglione. Por isso, fazer muitas refeições líquidas pode atrapalhar a produção desse hormônio. Para driblar o problema, o nutricionista reforça a importância de escolher um shake rico em fibras e bem equilibrado nutricionalmente.

Shake não é milagre

É importante lembrar que refeições equilibradas sempre são a melhor saída, por proporcionar a mastigação e também oferecer nutrientes adequados, além de, muitas vezes, serem mais saborosas. Além disso, quem emagrece tomando shakes, por conta do déficit calórico, pode voltar a ganhar peso se não seguir um cardápio equilibrado em seguida.

“Quem passar a fazer refeições de qualidade, com valor calórico ideal definido por um profissional e praticar exercício físico, vai conseguir manter o peso que perdeu e ganhar massa muscular”, explica o nutricionista.

Revisão técnica

  • Prof. Dr. Max Grinberg
  • Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
  • Autor do blog Bioamigo

Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.

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